Dados do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), de 2021, apontam que em torno de 30% da população do Brasil está com gordura no fígado. Cansaço, fraqueza, barriga inchada, dor no abdômen e perda de apetite são alguns dos sintomas decorrentes da condição. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar icterícia e hemorragias.
Reverter o quadro envolve fazer trocas na alimentação, segundo orientam as nutricionistas Cynthia Távora, de Fortaleza, e Leticia Canelada e Nathali Loyola, ambas de São Paulo. Em entrevista à coluna Claudia Meireles, as especialistas elencaram frutas que ajudam a amenizar a gordura no fígado. A profissional cearense fez um alerta.
De acordo com Nathali, a condição no fígado não resulta somente do excesso de gordura, mas sim de carboidratos simples. “A melhora precisa ser associada a uma dieta equilibrada e diminuir o consumo de carboidratos simples. Obviamente que consumir essas frutas pode auxiliar no processo”, explica.
“Ao pensar nesse quadro, precisamos ajustar o consumo de alimentos com fonte de carboidrato na dieta, e isso inclui as frutas”, reitera Leticia. A nutricionista emenda: “Não existe nenhuma fruta que contribua de forma isolada para a redução de gordura no fígado, o que importa é o contexto em que serão inseridas e a quantidade que será ingerida ao longo do dia”.
Frutas
A acerola lidera o topo da listagem elaborada por Nathali Loyola. “Rica em vitamina – um superantioxidante e anti-inflamatória –, a fruta auxilia na desintoxicação do organismo e faz o fígado produzir mais enzimas”, menciona a expert. A nutricionista de São Paulo sugere tomar um copo de suco natural por dia “sem adoçar”.
Para Leticia, a fruta com propriedades capazes de ajudar a minimizar a gordura no fígado é o abacate: “Rico em gorduras boas, o fruto favorece a redução dos níveis de colesterol LDL e aumenta o HDL”. A nutricionista detalha quanto ao alimento conter glutationa, um “antioxidante que auxilia o processo de destoxificação, que é feito principalmente pelo fígado”.
A especialista de São Paulo traz o mirtilo na segunda colocação do rol. “Rica em antioxidantes, como antocianinas, essa fruta reduz o estresse oxidativo e o processo inflamatório no fígado”, elucida Leticia. Já Nathali Loyola indica comer abacaxi para amenizar a condição. “Consuma um pedaço depois do almoço”, aconselha.
“O abacaxi tem uma enzima chamada bromelina, que ajuda o fígado a trabalhar, diminuindo o acúmulo de gorduras e toxinas”, esclarece Nathali.
As duas especialistas elegem a maçã como a terceira fruta com propriedades que atenuam a gordura no órgão. As nutricionistas frisam sobre esse alimento dispor de pectina, uma fibra solúvel que ajuda a diminuir o colesterol e a glicemia. “Esse ativo auxilia a limpeza do sistema digestivo, aliviando a carga sobre o fígado”, garante Leticia.
Nathali define a maçã como a “fruta favorita para gordura no fígado” por englobar na composição o ácido málico, uma substância com potencial de auxiliar na desintoxicação do órgão do sistema digestivo. Ela comenta sobre o alimento ser rico em fibras e prover mais energia para o corpo.
“Além de ser anti-inflamatória, a maçã é ideal para quem tem gordura no fígado”, recomenda a nutricionista Nathali Loyola.
Contraponto
A nutricionista Cynthia Távora pontua em relação a não existir uma fruta específica capaz de acabar com a gordura no fígado. Ela instrui mudar os hábitos alimentares: “Tem de comer alimentos ricos em fibras, opções desnatadas, carnes vermelhas que sejam menos gordurosas”, exemplifica. Ela propõe aumentar o consumo de frutas e vegetais frescos e naturais.
Ricos em fibras, os cereais integrais devem ser adicionados à dieta para auxiliar a redução da gordura do fígado. Em contrapartida, Cynthia receita diminuir a ingestão de doces, como refrigerantes, açúcares, alimentos gordurosos e frituras. A nutricionista ressalta que a condição é causada por hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e obesidade.
Cynthia explana a respeito da gordura no fígado surgir “como consequência da síndrome metabólica, como diabetes, colesterol e pressão alta”. A nutricionista Leticia Canelada argumenta que indivíduos com a condição “precisam de acompanhamento nutricional para adequar a distribuição de gordura, proteína e carboidrato a fim de reverter o quadro”.
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