A declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, sobre uma eventual apreensão do celular do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), repercutiu fortemente no Congresso Nacional nesta sexta-feira (22/05). Parlamentares da oposição, do centro e da direita alegaram que a nota de Heleno é uma “ameaça” do governo aos demais Poderes da República.
Na nota, Heleno disse que o pedido de apreensão do celular do presidente é “inconcebível” e “inacreditável” e, caso as autoridades de fato peçam o aparelho de Bolsonaro para investigação, será “uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
O líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), afirmou que irá representar contra o ministro com base na Lei de Segurança Nacional. Para o congressista, representantes do governo federal usam os cargos para atacar a democracia.
“A ameaça de golpe feita por Heleno é um crime contra a segurança nacional. A democracia brasileira não pode se curvar neste momento, sob o risco de cruzarmos a última barreira que distingue a nossa democracia de um regime totalitário. É preciso frear os arroubos autoritários do governo”, disse Molon.
Ex-aliada de Bolsonaro, a líder do PSL, Joice Hasselmann (SP), afirmou que a nota de Heleno é “uma clara ameaça”. “Quais seriam as consequências imprevisíveis, general Heleno? Vão desengavetar aquele Ato Institucional que dorme há meses na gaveta?”, questionou.
Já a bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) endossou o posicionamento do ministro. “Grande general Heleno, por isso o admiramos tanto”, declarou. “Estamos de saco cheio. Parabéns, ministro. Estamos juntos”. A deputada usou a hashtag #HelenoJaTaNaHora que está entre os assuntos mais comentados do Twitter, em apoio à fala do titular do GSI.
