O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta segunda-feira (30/9), a implementação do Pé-de-Meia destinado à permanência de estudantes de baixa renda nas universidades públicas, projeto encabeçado pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
Em entrevista à Rádio CBN ele afirmou que é a favor da medida para garantir que os estudantes mais pobres sejam capazes de concluir a formação acadêmica.
“Tem reserva de vagas, uma série de mecanismos hoje que permite que uma pessoa pobre talentosa entre na universidade, mas nem sempre essa pessoa consegue sair com o diploma. Então, para casos em que isso seja necessário, sai mais barato pagar pela permanência [do universitário] do que perder o jovem diplomado”, disse o ministro.
Mais cedo, o ministro da Educação anunciou que o governo federal pretende lançar no próximo ano uma nova versão do Pé-de-Meia visando os universitários. Atualmente, o programa de incentivo de permanência estudantil contempla o estudante de ensino médio.
Ao ser questionado sobre a nova medida, Haddad informou que ainda não conversou com Santana sobre o Pé-de-Meia universitário. Mas salientou que o orçamento destinado à educação tem recursos vinculados (ou seja, despesas obrigatórias), e ressaltou que cabe ao ministro da Educação decidir como usar o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).
“Se você quiser fazer essa modalidade, de criar uma poupança, usando o orçamento que ele dispõe, ele pode fazer. Em alguns casos, seria muito útil fazer porque o jovem, às vezes, não consegue concluir os estudos quando ele é de muito baixa renda”, frisou.
Pé-de-Meia
O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional voltado a estudantes matriculados no ensino médio público e na educação de jovens e adultos (EJA) que são beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Cerca de 2,5 milhões de jovens de famílias inscritas no CadÚnico serão beneficiados com a poupança. O valor da bolsa pode chegar até R$ 9,2 mil por estudante.
