Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19, não é besta, como disse. Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, também não é. Os dois têm razão de comemorar o acordo feito no apartamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em Brasília.
Constava do relatório de Renan a imputação de 11 crimes a Jair Bolsonaro por ter conduzido de maneira desastrosa o combate à pandemia. Dos 11, Aziz não via razão para dois: o de genocídio da população indígena e o de homicídio.
Se Renan tivesse insistido em mantê-los, Aziz votaria a favor do relatório, porque não seria besta de pedir para que fossem retirados. Renan retirou-os sem que Aziz pedisse. Poderá dizer mais tarde que assim o fez para assegurar a aprovação do relatório.
A história vai registrar que, se dependesse unicamente de Renan, Bolsonaro teria sido indiciado por mais crimes do que de fato será. E que Aziz não votou contra o indiciamento de Bolsonaro pelos crimes de genocídio e homicídio, os mais graves.
De brinde, Aziz ainda levou o sumiço no relatório do crime de advocacia administrativa imputado por Renan ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Aziz e Renan deixaram a porta aberta para uma futura reconciliação com Bolsonaro, se for o caso.