Novo gene pode explicar por que Alzheimer é mais frequente em mulheres

Pesquisadores de duas universidades nos Estados Unidos descobriram gene que pode aumentar risco de Alzheimer em pessoas do sexo feminino

atualizado 01/07/2022 11:08

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imagem microscópica de molécula de DNA em cor azul Pixabay

Cientistas norte-americanos identificaram um gene que parece aumentar os riscos de Alzheimer em mulheres. A descoberta poderá explicar o porquê de pessoas do sexo feminino serem mais diagnosticadas com a doença. O gene, conhecido como MGMT, tem um papel importante na reparação do DNA humano, e o estudo descobriu que ele também está associado ao desenvolvimento de duas proteínas (beta-amilóide e tau) consideradas biomarcadores para a demência.

A ciência ainda não sabe exatamente por que o Alzheimer se desenvolve, e nem quem são os pacientes em grupo de risco. A doença é caracterizada pela formação de placas com pedaços da proteína beta-amilóide no cérebro, que são tóxicas e acabam danificando os neurônios. A condição é considerada a doença neurodegenerativa mais comum do mundo.

Porém, a pesquisa só encontrou relação entre o gene MGMT e o Alzheimer em mulheres. A chefe do departamento de genética biomédica da Universidade de Boston, EUA, Lindsay Farrer, disse à CNN Internacional que a descoberta é uma das associações mais fortes de um fator genético de risco da doença para pacientes do sexo feminino.

O fator genético de risco para o desenvolvimento da doença em pessoas com mais de 65 anos é o gene APOE ε4, que é mais frequente em mulheres. Porém, existem pacientes sem a expressão do gene, mas que apresentam os sintomas de Alzheimer. A pesquisa americana mostra que as pacientes sem o APOE ε4, mas com o MGMT, podem ser diagnosticadas com a condição.

“Por causa de fatores genéticos como esses e outros riscos específicos, como a redução do hormônio estrogênio durante a menopausa, as pacientes do sexo feminino podem desenvolver a doença com mais frequência”, completou o diretor da Clínica de Prevenção ao Alzheimer na Florida Atlantic University, Richard Isaacson. Ele acredita que a descoberta do MGMT é a “peça que faltava nas predições de risco para mulheres”.

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É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais
Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes
O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos
Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição
O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais
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O Parkinson, o Alzheimer e a demência são doenças neurodegenerativas que afetam principalmente a população idosa. As condições são progressivas e, com o passar do tempo, o paciente torna-se mais dependente do cuidado de terceiros

Getty Images
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É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais

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Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes

Divulgação
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O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos

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Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição

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O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais

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As consequências mais recorrentes são o comprometimento da memória, do comportamento, do pensamento e da capacidade de aprendizagem

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A demência é progressiva e os sintomas iniciais bastante conhecidos: perda de memória e confusão são os mais comuns. A condição atinge até 25% das pessoas com mais de 85 anos no Brasil

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Problemas na fala e dificuldade em tomar decisões também estão entre os sinais. Porém, há outros indícios sutis que podem alertar para o desenvolvimento de alguns tipos de doenças degenerativas

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Problemas de visão: um estudo feito no Reino Unido pela UK Biobank mostra que pessoas com degeneração macular relacionada à idade têm 25% mais chance de ter demência

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Perda auditiva: pode estar ligada a mudanças celulares no cérebro. Mas a perda de visão e audição pode levar o idoso ao isolamento social, que é conhecido há anos como um fator de risco para Alzheimer e outras formas de demência

Agência Brasil
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Mudanças de humor: pessoas com quadros iniciais de demência param de achar piadas engraçadas ou não entendem situações que costumavam achar divertidas e podem ter dificuldade de entender sarcasmo

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Problemas na gengiva: pesquisas apontam que a saúde bucal está relacionada a problemas mentais e pode estar ligada também à diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto, obesidade e alcoolismo — todos também são fatores de risco para a demência

Reprodução
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Isolamento social: o sintoma pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. A falta de paciência com amigos e familiares e a preferência por ficar sozinho podem ser sinais de problemas químicos no cérebro ou falta de vitaminas

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Outros sinais que podem indicar doenças neurodegenerativas, são: desinteresse pelas atividades habituais, dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia, repetir conversas ou tarefas, Desorientação em locais conhecidos e dificuldade de memorização

Pixabay

A descoberta do novo gene foi feita em dois grupos separados: o primeiro, na Universidade de Chicago, que analisava as características genéticas de um grupo de mulheres rurais em dois estados norte-americanos quando descobriu a existência do MGMT. Essas mulheres pertencem a uma comunidade fechada, que realiza casamentos entre si e, por isso, tem registros genealógicos extensos e poucas variações genéticas.

O segundo grupo, na Universidade de Boston, foi contatado logo depois para tentar replicar os resultados dos primeiros pesquisadores. Porém, para a surpresa dos pesquisadores, eles já estavam conduzindo um estudo parecido, e chegaram ao mesmo gene.

O estudo conjunto foi publicado nessa quinta-feira (30/6) no periódico The Journal of the Alzheimer’s Association. Entretanto, os pesquisadores informam que mais estudos devem ser feitos para melhores conclusões.

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