Pessoas não vacinadas contra o coronavírus possuem o dobro de chances de ter Covid longa, aponta uma análise da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido. Além disso, segundo a pesquisa, a eficácia do imunizante contra sintomas contínuos da doença foi maior em indivíduos com 60 anos ou mais.
O levantamento, publicado nesta terça-feira (15/2), revisou 15 estudos internacionais que foram realizados até janeiro de 2022 para entender os efeitos da vacinação contra sintomas prolongados de Covid-19. Os cientistas compararam as diferenças entre indivíduos não vacinados e aqueles que receberam uma ou duas doses das fórmulas da Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Janssen.
A publicação concluiu que as pessoas que receberam duas doses eram menos propensas a desenvolver sintomas prolongados e, se apresentam os sinais, eles duram menos. Indivíduos com uma dose do imunizante também relataram que a duração dos sintomas longos de Covid foi menor do que para aqueles que não foram vacinados.
Covid longa e os sintomas
Mary Ramsay, chefe de imunização da agência, disse que “a vacinação é a melhor maneira de se proteger de sintomas graves quando você é infectado e também pode ajudar a reduzir o impacto a longo prazo”.
Dados da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido estimam que 2% da população do país teve sintomas de Covid longa, que podem durar mais de quatro semanas após a infecção inicial. Os três sinais mais comuns são fadiga, falta de ar e dores musculares.
“Para a maioria das pessoas, os sintomas da Covid longa são de curta duração e desaparecem com o tempo. Mas para alguns, eles podem ser mais graves e atrapalhar a vida diária”, comenta Ramsay.
Um dos estudos analisados acompanhou especificamente indivíduos que se vacinaram após terem sido infectados pelo coronavírus. O documento indica que a probabilidade de ter sintomas pós-Covid é menor quanto mais cedo é a vacinação.
Outros três levantamentos já compararam sintomas contínuos naqueles que foram vacinados ou não tomaram o imunizante. Eles sugeriram que os vacinados eram menos propensos a relatar Covid longa. Todas publicações analisadas foram observacionais, portanto, os resultados não estabelecem relações diretas de causa e efeito e as conclusões podem ser geradas por outras diferenças além da vacinação.