Covid leve pode causar encolhimento do cérebro, diz estudo de Oxford

Pesquisadores verificaram perda de volume de massa cinzenta em voluntários que tiverem quadros leves da doença

atualizado 08/03/2022 21:11

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Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, encontraram novas evidências que explicam por que algumas pessoas diagnosticadas com Covid-19, mesmo desenvolvendo apenas quadros leves, ficam com o olfato e a memória prejudicados temporariamente.

Em um artigo publicado nessa segunda-feira (7/3), na revista Nature, os cientistas afirmam que a Covid-19 pode fazer o cérebro encolher, reduzir a massa cinzenta nas regiões relacionadas ao controle das emoções e a memória e danificar as áreas cerebrais que controlam o olfato.

“Apesar da infecção ser leve para 96% dos nossos participantes (do estudo), observamos uma maior perda de volume de massa cinzenta e maior dano tecidual nos participantes infectados, em média 4,5 meses após a infecção. Eles também mostraram maior declínio em suas habilidades mentais para realizar tarefas complexas, e essa piora mental estava parcialmente relacionada a essas anormalidades cerebrais”, disse a autora do estudo, Gwenaëlle Douaud.
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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A equipe da professora Douaud investigou as mudanças cerebrais de 785 pessoas com idades entre 51 e 81 anos, participantes do UK Biobank, um banco de dados médicos de moradores do Reino Unidos. Destes, 401 tiveram Covid-19, sendo que 15 foram hospitalizados.

Os voluntários tiveram os cérebros escaneados duas vezes durante a pesquisa – antes e depois da infecção, com intervalo médio de 141 dias entre as sessões – e passaram por testes cognitivos.

Os cientistas descobriram que, mesmo as pessoas que desenvolveram apenas o quadro leve da doença tiveram prejuízos da função executiva, responsável pelo foco e organização. Além da redução da massa cinzenta, eles também apresentaram evidências de maior dano tecidual em regiões conectadas ao córtex olfativo primário, uma área ligada ao olfato.

Em média, o tamanho total do cérebro desses participantes encolheu entre 0,2% e 2%, em comparação com os pessoas que não foram infectadas.

“Essa nova visão sobre os efeitos prejudiciais da Covid-19 contribuirá para nossa compreensão geral de como a doença se espalha pelo sistema nervoso central”, escreveram os autores do estudo.

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