Morte de mãe de 6 filhos teria provocado fim de operação, diz ouvidor

Claudio Silva, ouvidor da Polícia de São Paulo, afirma que a operação da PM no litoral paulista estava descontrolada

atualizado 02/04/2024 17:23

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Foto colorida do ouvidor da polícia de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva - Metrópoles Divulgação/Ouvidoria

São Paulo – Para o ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudio Silva, o governo do estado se sentiu pressionado a colocar um fim na 3ª Fase da Operação Verão por episódios recentes de violência que evidenciam o descontrole da Polícia Militar na Baixada Santista.

Entre eles, está a morte da mãe de seis filhos Ednéia Fernandes, baleada na cabeça em suposto confronto no bairro do Bom Retiro e a ação que terminou com 188 tiros de fuzil no Morro da Nova Cintra.

O término da 3ª Fase da Operação Verão foi anunciado na noite dessa segunda-feira (1º/4) pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, menos de 10 dias após ele afirmar que o reforço do policiamento na Baixada iria continuar por tempo indeterminado. O saldo foi de 56 mortes, diante de uma série de denúncias de irregularidades durante as ações policiais.

Ao Metrópoles, Claudinho Silva diz que uma “autocrítica” por parte do secretário, reconhecendo que a operação não teria fundamento, seria “um sonho” e que isso não vai acontecer.

“Eu avalio que pode ter uma série de razões para o fim da operação. Uma delas, na minha opinião, é a morte da dona Ednéia. A morte da dona Edinéia deixou muito claro que a operação tem descambado para uma vitimização de pessoas inocentes, e a dona Edinéia é o maior símbolo disso”, diz o ouvidor.

“A gente já sabe que não está controlado. Os 188 tiros, a morte da dona Edinéia, a morte de um jovem de muletas, a morte de um jovem cego e a morte agora do cabo Rahoney, na zona sul, demonstram que a gente não está com controle. A atividade policial está descontrolada”, completa ele.

Segundo o ouvidor, diante do “perfil ideológico” da política de segurança pública adotada pelo atual governo, é possível que os métodos adotados pela Polícia Militar durante a Operação Verão persistam na Baixada Santista, mesmo após as equipes da capital e do interior retornarem a seus batalhões de origem.

“Essa é uma política que a atual gestão está convencida de que tem eficiência. De alguma forma dialoga com interesses que essa gestão tem, com recados, mensagens que essa gestão precisa passar. A gente não pode, na segurança pública, implementar nenhuma política que venha carregada de conteúdo ideológico”, afirma o ouvidor.

Para Claudio Silva, o modus operandi da PM na Baixada Santista contribui para mais violência contra a própria polícia. Segundo eles, quando a PM mata nas comunidades, os criminosos se sentem “encorajados” a matar policiais.

“Em um ambiente em que a polícia está atuando de forma letal, é lógico que quem é o algoz da polícia também fica mais encorajado a matar a polícia. Se o cara está ali atuando em conflito com a lei e se depara com a polícia, numa condição de que ele pode matar ou morrer, ele vai querer matar para garantir a sua vida. Então, para garantia de vidas, o ideal é que a gente atue dentro dos preceitos determinados pelos vários tratados de direitos humanos dos quais a gente é signatário”, afirma.

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