17São Paulo – Apesar de o recesso parlamentar seguir até o início de fevereiro, deputados estaduais da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) já se movimentam pela eleição da Mesa Diretora, em especial na bancada do PT, que deve comandar novamente a 1ª Secretaria, conhecida internamente como “prefeitura” da Casa.
Pela primeira vez, a Alesp poderá reeleger os atuais integrantes da Mesa na próxima eleição, marcada para o dia 15 de março. O Metrópoles apurou que já existe acordo para a reeleição do presidente André do Prado (PL) e que os deputados pretendem manter a distribuição das secretarias de acordo com o tamanho das bancadas.
Com isso, PT e PSDB manterão, respectivamente, a 1ª e a 2ª Secretarias da Alesp. No caso dos tucanos, já há um acordo da bancada, formada em federação com o Cidadania, para indicar o deputado Barros Munhoz ao posto, que atualmente pertence a Rogério Nogueira.
Cabe ao 2º secretário indicar 40 funcionários e fiscalizar a folha de frequência dos parlamentares, além de cuidar dos livros de inscrição dos oradores no plenário.
PT e 1ª Secretaria
Já a 1ª Secretaria, conhecida como “prefeitura” por lidar com a parte administrativa, é considerada uma das mais influentes da Casa. Ficam a cargo do 1º secretário funções como fiscalizar as despesas e receber e elaborar as correspondências. O posto também é alvo de disputa por permitir a indicação de 71 cargos.
O atual 1º secretário, Teonilio Barba, já manifestou interesse em tentar se reeleger. Outros três deputados também se disseram interessados na vaga: Beth Sahão, Maurici e Reis. Sahão havia tentado se candidatar ao cargo na eleição passada, mas retirou seu nome da disputa após a bancada concordar com a indicação de Barba.
A escolha do 1º secretário, em 2023, provocou uma disputa entre diferentes alas do PT, mobilizando quadros nacionais do partido, como o ministro Luiz Marinho (Trabalho), que interferiu na disputa em favor de Barba.
Até a votação da próxima composição da Mesa Diretora, deputados do PT acreditam que outros nomes podem surgir na disputa.
Como as atividades parlamentares retornam no dia 3 de fevereiro, a bancada deve se reunir ainda na primeira semana do mês para chegar a um consenso. A ocasião também servirá para definir quem serão os próximos líderes da bancada e da Minoria.
Eleição na Alesp
Em outubro do ano passado, a Alesp aprovou por aclamação uma mudança na lei para permitir a reeleição da presidência da Casa. Apenas a bancada do PSol, com 5 deputados, manifestou voto contrário à medida, fruto de uma manobra de André do Prado.
O PSol deve lançar um candidato próprio em protesto ao acordo pela reeleição de André do Prado, que é pupilo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Dos 94 deputados da Alesp, 89 votaram nele na eleição passada.
