Executivo com passagem relâmpago pela Americanas, Sergio Rial foi alvo de muita controvérsia nos últimos dias. O ex-chefe do Santander renunciou à presidência da varejista no mesmo dia em que a empresa comunicou, por meio de fato relevante, um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço financeiro.
Em postagem no LinkedIn, Rial disse ter decidido renunciar após tomar conhecimento do problema contábil. Ele diz que, ao assumir a varejista, conversou com membros da diretoria e “conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro (divulgado no) fato relevante”. Empossado junto com Rial, Covre também renunciou.
“Ser líder não é ser corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo”, disse Rial, na postagem.
Desde a semana passada, a pergunta que não quer calar é como um executivo tarimbado como Rial assumiu uma empresa sem saber de um problema como esse. Experiente, o ex-CEO do Santander é conhecido por saber bem o terreno onde pisa.
Para se defender do que chamou de “leviandades”, Rial disse que renunciou ao cargo ao descobrir o problema e por entender que a reestruturação pela qual a Americanas deverá passar não está de acordo com os planos de investimento e crescimento que ele tinha ao assumir a empresa.
“Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia”, escreveu o executivo.
Rial afirma que está à disposição do conselho de administração da Americanas e dos acionistas de referência para contribuir da forma que for necessária, nas próximas semanas.
“Vou, portanto, neste momento, continuar a contribuir com minhas capacitações, experiência, seriedade e transparência, seguindo sempre as premissas que nortearam toda minha trajetória profissional e pessoal.
Rothschild & Co
Os jornais reportaram que o executivo estava à frente das negociações com os bancos para renegociar dívidas e tentar evitar a execução de garantias.
Ontem (16/1), no entanto, a Americanas anunciou que contratou uma empresa para comandar essas conversas. A Rothschild & Co, que também atuou nas negociação com credores da Oi, representará a varejista daqui em diante.
