O pesquisador brasileiro Carlos Augusto Monteiro, de 76 anos, foi escolhido como uma das 50 pessoas mais influentes de 2025 pelo jornal americano The Washington Post. De acordo com a publicação, esse grupo de personalidades está “moldando nossa sociedade”.
Epidemiologista, Monteiro cunhou o conceito de alimentos ultraprocessados, que inclui itens como bolachas recheadas. Ele é professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), onde fundou o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens).
Ao longo da última década, desde que passou a liderar o grupo de pesquisadores do Nupens, o pesquisador liderou uma revolução nos estudos sobre o tema, tornando-se uma referência internacional.
Monteiro assinou recentemente um editorial na revista científica British Medical Journal (BMJ) sobre o estudo que avaliou dados de 10 milhões de pessoas. A pesquisa apontou uma ligação direta entre o consumo de ultraprocessados e o aumento do risco de 32 doenças. A lista inclui de problemas cardiovasculares a câncer e transtornos mentais.
“Grupo fascinante”
Matt Murray, editor executivo do The Washington Post, afirmou que o objetivo da lista na qual o brasileiro foi relacionado é apresentar “um grupo fascinante de pessoas que esperamos que causem impacto este ano”. Os jornalistas do veículo selecionaram mais de 200 nomes que foram reduzidos para 50 com base na “relevância de seus projetos futuros e o que suas ascensões revelam sobre nossa sociedade em 2025”.
Monteiro estudou medicina na Universidade de São Paulo de 1967 a 1972. Ele continuou seus estudos para obter um mestrado em medicina preventiva em 1977 e um doutorado em saúde pública em 1979. Monteiro trabalhou como pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Columbia de 1979 a 1981.
Ele foi nomeado professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo em 1989. De 1990 a 1992, ele trabalhou no departamento de nutrição da Organização Mundial da Saúde em Genebra e foi professor visitante nas universidades de Bonn e Genebra. Em 1992, ele retornou a São Paulo e desde então chefiou o Nupens/USP.
