Biden anuncia sanções contra a Rússia e envia mais tropas à Ucrânia

O presidente dos EUA anunciou restrições econômicas contra a Rússia, como bloqueio de bancos. É o momento mais tenso da crise geopolítica

atualizado 22/02/2022 18:31

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O presidente norte-americano Joe Biden Anna Moneymaker/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou medidas mais duras contra a Rússia, após entender que o presidente russo, Vladimir Putin, já iniciou a invasão da Ucrânia. Além de sanções econômicas, Biden autorizou o envio de mais tropas militares para a região.

Nesta terça-feira (22/2), Biden defendeu que Putin está avançando sob o território ucraniano e desrespeitando leis e acordos internacionais, o que considerou inaceitável. Este é, até então, o momento mais tenso da crise geopolítica.

“A Rússia anunciou que vai pegar uma parte do território da Ucrânia, permitiu a entrada de militares e está avançando”, frisou o norte-americano, em pronunciamento. Ele completou: “Putin atacou o direito da Ucrânia de existir”.

O presidente dos EUA anunciou o bloqueio de dois bancos russos – um deles é militar, o que impede que a Rússia venda títulos no mercado internacional –, além de restrições para políticos e seus familiares.

“Os Estados Unidos vão defender cada milímetro do território da Otan. Achamos que Putin irá avançar ainda mais e irá atacar a Ucrânia. Temos a intenção de lutar contra a Rússia. Se a Rússia avançar, terá de arcar com as responsabilidades. Nós não seremos enganados”, ressaltou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Respostas da comunidade internacional

Biden entende que, ao reconhecer Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes, Putin admitiu que tentará dominar esse território. Segundo o presidente norte-americano, Putin autorizou que militares avancem para outras regiões ucranianas.

“Por que Putin acha que tem direito de dizer que tem direito ao território de outro país? Desrespeita leis internacionais e necessita de respostas da comunidade internacional”, criticou.

Biden disse que a Rússia mantém cerca de 150 mil soldados na fronteira com a Ucrânia. “Os Estados Unidos continuarão dando apoio militar à Ucrânia. Autorizamos a ida de mais tropas, num movimento defensivo”, salientou. Estônia, Letônia e Lituânia, que fazem fronteira com a Rússia, vão receber mais militares.

Terça-feira agitada

O discurso de Biden se junta ao movimento da comunidade internacional. Nesta terça, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia, por exemplo, criticam a postura de Putin, alertaram para os riscos de um conflito e anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

Na mesma esteira, Alemanha, França e Reino Unido anunciaram restrições econômicas contra Putin. Na prática, essa é uma tentativa de isolar o presidente russo, de forma que ele fique sem condições de realizar um ataque. A Ucrânia pediu mais armas aos países do Ocidente, sob o argumento de defesa contra a Rússia. Além disso, convocou no início da noite militares reservistas.

Crise em escalada

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.

Comunidade internacional em alerta

Nesta terça, uma série de declarações de lideranças mundiais deu a dimensão do patamar que a crise no Leste Europeu está atingindo.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.

Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue e desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.

Arsenal nuclear

Minutos depois da declaração, Putin se defendeu. Em entrevista no Kremlin, sede do governo russo, o líder nacional voltou a sustentar que a Ucrânia oferece risco à Moscou por ter “grande arsenal de armas nucleares”. Ele repetiu que os vizinhos têm usinas nucleares e podem enriquecer urânio, material básico para bombas atômicas.

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.

Sanções

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o continente está preparado para aplicar sanções econômicas contra a Rússia e as regiões separatistas da Ucrânia. Essa é mais uma tentativa de evitar um embate no Leste Europeu.

“É inaceitável o que a Rússia está fazendo. Fere a soberania internacional e da Ucrânia. Estamos unidos para punir a Rússia. Essa é uma resposta para as atitudes do Kremlin”, alertou.

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