Lume Channel e SPVOD, novidades no mercado de streaming do Brasil, chegam para arejar a distribuição de cinema no país ao longo de 2017. Enquanto o SPVOD só deve ganhar sua primeira versão entre março e abril, o Lume Channel já funciona em beta desde novembro de 2016.
As duas plataformas revelam perfil parecido: pretendem exibir sobretudo filmes alternativos brasileiros e estrangeiros. Enquanto serviços como Netflix, Net Now e Amazon Prime representam o topo desse mercado VOD (vídeo sob demanda), Lume e SPVOD apostam na curadoria de títulos selecionados, entre produções independentes e autorais.
Lume Channel: foco em filmes premiados
A Lume não é estranha para quem acompanha o cinema alternativo brasileiro. Criada em 2006 pelo maranhense Frederico Machado, a distribuidora independente teve que mudar de foco com o encolhimento do mercado de DVD/Blu-ray.
Ao desbravar o mercado de streaming, Machado quer investir na curadoria. “Foco no cinema premiado em festivais, cinema autoral brasileiro e estrangeiro”, diz. O canal vai ganhando forma aos poucos. Em 10 de fevereiro, renova o layout do site. Os aplicativos para celular e tablet devem chegar em março. Até junho, sai a versão final.
Na contramão de VODs maiores, o canal pretende ter entre 600 e 1 mil títulos. “Queremos dar valor para os que temos, já que dividiremos o lucro com os produtores dos filmes. Vamos trabalhar e dar visibilidade a esses títulos”.
O Lume Channel também terá produções originais e exclusivas, a exemplo dos famosos canais de streaming. Em junho, estreia uma série, ainda sem título, assinada pelo cineasta paraibano Taciano Valério, que veio ao Festival de Brasília 2014 com o longa “Pingo d’Água”. Será uma nova parceria do diretor com o ator (e teórico de cinema) Jean-Claude Bernardet.
Machado, também cineasta, continua desenvolvendo sua carreira de cineasta em paralelo aos projetos da Lume. Em janeiro, seu novo longa “Lamparina da Aurora” venceu a mostra Olhos Livres do Festival de Tiradentes.
Site: www.lumechannel.com
Lançamento: em novembro de 2016
Assinatura: degustação gratuita, R$ 19,90 (mensal) e R$ 199 (anual)
SPVOD: streaming por título
Anunciado em novembro de 2016, o streaming tem uma óbvia relação com São Paulo já no título. Nasce de uma parceria entre a distribuidora digital O2 Play (filha da O2 Filmes, a produtora criada por Fernando Meirelles, Paulo Morelli e Andréa Barata Ribeiro), a empresa de tecnologia Hacklab e a Spcine, órgão de cinema da prefeitura de SP.
A versão beta vai abrir com dez filmes e deve servir para testar a plataforma. No sistema de assinaturas, os usuários pagarão o streaming por título. Mais tarde, a ideia é expandir o formato para tablets e celulares.
“Trata-se de um dos nossos principais objetivos dar espaço, janela e foco editorial para títulos nacionais alternativos”, explica Igor Kupstas, diretor da O2 Play.
Site: vod.spcine.com.br
Lançamento: entre final de março e começo de abril
Assinatura: streaming por título
