O mais novo ministro da Saúde do governo Lula, Alexandre Padilha (PT), voltou atrás e decidiu “declinar” do convite para ser presidente de honra da China Hub Brasil.
O recuo ocorre um dia após a coluna revelar que a associação é patrocinada e apoiada por gigantes chinesas e brasileiras que possuem interesses comerciais no governo Lula, sobretudo na pasta agora comandada por Padilha. O lançamento do China Hub Brasil está marcado para a próxima sexta-feira (14/3).
A assessoria de imprensa de Padilha informou que o convite ocorreu enquanto ele ainda comandava o Ministério de Relações Institucionais e que, à época, a Comissão de Ética Pública (CEP) foi consultada e autorizou. “Mas agora, em razão da mudança de cargo, decidiu declinar”.
Na semana passada, quando a coluna procurou a assessoria do ministro, nada foi informado sobre ele declinar do convite. Pelo contrário, a assessoria confirmou o cargo de presidente honorário na associação.
Após o caso ser revelado pela coluna, Padilha foi alvo de representação do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MP-TCU).
Além disso, o ministro se tornou alvo de pedidos de convocação na Câmara dos Deputados. Três parlamentares da oposição pediram esclarecimentos ao novo ministro da Saúde: Evair de Melo (PP-ES), Alfredo Gaspar (União-AL) e Sanderson (PL-RS).
Padilha tomou posse como ministro da Saúde, no lugar de Nísia Trindade, na última segunda-feira (10). Empresários chineses ligados a China Hub Brasil compareceram à solenidade de posse no Palácio do Planalto. O fundador e futuro presidente da associação, Youyang Jiang, disse à coluna, ainda na segunda-feira, que a entidade vai reestudar a participação de Padilha, uma vez que o ministro trocou de pasta.
O que diz Padilha
“O ministro Alexandre Padilha nunca assumiu qualquer atividade relacionada ao convite da China Hub Brasil para ser presidente honorífico da associação.
O ministro foi convidado enquanto chefiava a pasta de Relações Institucionais e, à época, a Comissão de Ética Pública (CEP) foi consultada e autorizou a atribuição. No entanto, o ministro não ocupou o cargo.
Mas agora, em razão da mudança de cargo, decidiu declinar”.
