Líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL) afirmou que a oposição retomará a pressão pela abertura de novas Comissões Paramentares de Inquérito (CPIs) diante da eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara. O congressista paraibano chegou ao cargo neste sábado (1/2), com apoio tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto do presidente Lula.
“CPIs estão no radar, é papel da oposição fiscalizar. O governo do PT tem fama de que não sabe administrar. (…) Temos à vista alguns pedidos, a abertura da CPI do IBGE é um deles. Há um escândalo com os números. Não entendo como um país tem 6,8 milhões de desempregados e, ao mesmo tempo, 54,3 milhões de brasileiros utilizando o Bolsa Família”, afirmou Sóstenes, citando os dados do programa divulgados em setembro de 2024.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é alvo de pedido de CPIs diante de uma crise causada pela criação de uma fundação para o órgão. Servidores denunciam que o novo braço da organização funcionará como um “IBGE paralelo”. A pasta nega.
O deputado também afirmou que o apoio do PL a Hugo Motta facilitará a vida da oposição e adiantou que tentará convencer os demais líderes a votar o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro. Sóstenes afirmou que não há como saber se a pauta seria aprovada atualmente e que, assim que conseguir os votos necessários, levará a proposta para avaliação do novo presidente da Câmara.
“Anistia é uma prioridade, mas pauta se decide semanalmente na reunião do colégio de líderes. A cada semana, governo escolherá uma pauta, assim como a oposição ao PL. Se em algum momento uma pauta nossa não ser atendida ou pautada, por questão de governo ou presidência da casa, temos obstrução como instrumento. Sabemos fazer isso com uma bancada deste tamanho”, disse Sóstenes.
Ele lidera o maior partido da Câmara, com 92 deputados. Quando um partido quer “travar” votações na Câmara, pode se declarar “em obstrução”. Quando há esse indicativo, a bancada orienta seus integrantes a não votarem em determinada matéria, visando impedir o quórum para deliberação. Isso aconteceu em setembro de 2023, quando a oposição se aliou ao centrão para parar o Congresso.