Vamos colocar as coisas assim: se os assassinos do ciclista Vitor Medrado não forem capturados, os paulistas terão o direito de achar que não há polícia digna deste nome no estado. Será a total desmoralização do governo Tarcísio de Freitas.
Esses facínoras são tão frios e ousados que, horas depois de assassinarem Vitor Medrado, tentaram matar outro cidadão, do qual queriam roubar a moto, a poucos quilômetros de onde cometeram o primeiro crime do dia (se é que foi o primeiro crime).
Eles não são os únicos assassinos à solta entre nós, mas certamente são os que, hoje, personificam a monstruosidade da qual estamos todos à mercê, e não apenas em São Paulo, que é o estado onde a matança nacional é menor, por incrível que pareça.
Hoje, a polícia prendeu uma mulher, Suedna Barbosa Carneiro, que seria a chefona dos assassinos do ciclista. Ela é conhecida como a “mainha do crime” e mora em Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, que já foi glamourizada em novela da Rede Globo, porque favela na pele dos outros é sempre espetáculo de beleza, criatividade e harmonia.
A polícia apreendeu documentos e armas na casa de Suedna, que serão analisados para tentar identificar se ela tem ligação com a morte do ciclista.
Neste momento, é melhor não perguntar como é que uma mulher conhecida como “mainha do crime” estava solta. O importante, agora, é prender logo os assassinos. Do contrário, teremos a certeza de que, estimulados pela impunidade absoluta, eles voltarão a agir — e de que câmeras de segurança só servem, no final das contas, para divulgar vídeos de terror em um estado onde não existe polícia, mas cujo governador afirma ser a Segurança Pública uma prioridade absoluta.