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Redes sociais estão mais alertas no combate às fake news

"Ações contra a desinformação das plataformas de mídias sociais evoluíram", diz Kleber Pinto, da midiaria.com

atualizado 26/09/2022 15:05

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Constantine Johnny/ Getty Images

O Brasil chega às eleições 2022 mais equipado contra as notícias falsas do que em 2018. À época, a maioria da população acreditava no conteúdo de vídeos, fotos e textos compartilhados por familiares e amigos. Portais de notícias e plataformas de mídias sociais ainda buscavam entender o que era possível ser feito para bloquear as fake news. Poucos brasileiros checavam aquilo que aparecia em grupos de WhatsApp e Facebook. Quatro anos depois, o problema continua, mas devemos considerar que houve mudanças positivas.

Em agosto desse ano, quando começou oficialmente a campanha eleitoral, o Brasil já contava com seis organizações certificadas de checagem de fatos: Estadão Verifica, Aos Fatos, UOL Confere, Lupa, AFP e Reuters. Internacionalmente, as big techs, junto aos grandes veículos de comunicação, formaram a Aliança Internacional de Checagem de Fatos (IFCN, na sigla em inglês), além de revisarem suas políticas de uso das plataformas.

Por aqui, o Programa de Enfrentamento à Desinformação, criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem a colaboração de gigantes como Google, Facebook e Twitter, que apresentaram seus planos para combater a desinformação eleitoral no Brasil em 2022. Enquanto isso, a expressão “fake news” se popularizou e é compreendida até mesmo em pequenas comunidades rurais. O brasileiro passou a desconfiar daquilo que aparece em seu feed nas redes sociais e até faz uso dos fact-checkers.

As plataformas de rede social formaram verdadeiras salas de guerra contra a desinformação. Em geral, elas têm removido conteúdo de origem duvidosa, evitando sua disseminação nas redes e nos aplicativos de mensagens.

O WhatsApp decidiu reduzir o limite de encaminhamento de mensagens e restringir o recurso de listas de transmissão para 256 pessoas, que precisam ter o remetente adicionado como contato. Além disso, abriu um chatbot para denúncias de fake news.

Facebook e Instagram, redes de uso em massa por diferentes gerações, têm removido conteúdo contrário às suas diretrizes. Leia-se mensagem que desestimula voto ou que induz as pessoas ao erro. A Meta, empresa que controla as duas plataformas, ainda oferece um canal direto para o usuário denunciar ao TSE postagens que acredite disseminarem informações falsas.

O YouTube aposta na Política de Integridade Eleitoral e vem acompanhando de perto conteúdos que estejam no limite da conformidade com suas políticas. A plataforma também lançou algumas iniciativas como os painéis informativos (incluindo um sobre a segurança das urnas eletrônicas) e o projeto Jogo Limpo, fundo de apoio a organizações dedicadas à checagem de informações.

Já o Twitter, rede social mais utilizada pela Geração Z no Brasil para informação (Hootsuite e WeAreSocial), monitora as postagens e permite que os próprios usuários marquem ou excluam tuítes que contenham mídia enganosa.

O TikTok também abriu espaço para discussão sobre as fake news, promovendo ações do TSE, como a chamada Guia das Eleições 2022, além de convidar o usuário a saber mais sobre o assunto quando o conteúdo de um vídeo é identificado com a temática política.

Até mesmo o Telegram, que já teve problemas com o Supremo Tribunal Federal (STF) por não contribuir com investigações sobre as fake news, está se movimentando e evitando distribuir conteúdo de origem não verificada.

Essas mudanças são extremamente benéficas, principalmente se considerarmos que a educação no país não evoluiu – infelizmente – na mesma velocidade que as tecnologias utilizadas pelos próprios brasileiros pouco ou nada alfabetizados. Para se ter uma ideia, o Brasil é o terceiro país no mundo que mais usa redes sociais, segundo a WeAreSocial e a Hootsuite. Ficamos, em média, 3h42 por dia conectados, atrás somente das Filipinas (4h15) e da Colômbia (3h45). Outra comprovação de nossa predileção pelas mídias sociais vem do Digital News Report da Reuters, em parceria com a Universidade de Oxford, apontando que 83% dos brasileiros consomem conteúdo noticioso primordialmente pela Internet, incluindo fortemente as redes sociais virtuais.

O combate às fake news nas redes sociais continua. Os desafios crescem à medida que a desinformação troca o escracho de 2018 pelas sutilezas de 2022 na produção de conteúdos cada vez mais persuasivos. Adicionalmente, temos o boca a boca fora do ambiente virtual, parte do fator humano, que sempre vai se sobrepor às tecnologias. Ainda assim, sou otimista, pois as fake news estão debaixo dos holofotes e com muitos brasileiros prontos para combatê-las em suas próprias redes sociais.

Kleber Pinto é mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, professor da Faculdade de Belas Artes de São Paulo e cofundador e diretor de estratégia digital da agência midiaria.com.

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