Faltando poucos dias para as eleições, candidatos e partidos alinham estratégias de comunicação para ganhar alcance e visibilidade junto aos eleitores, só que desta vez o palanque é outro: a Internet.
Se, antes, o horário eleitoral e os debates na TV eram as principais ferramentas utilizadas para divulgar as propostas dos postulantes aos cargos, agora, com as vantagens do digital, o aumento de pretendentes concentrando seus esforços em divulgar seus projetos pelas telas dos celulares e computadores já é uma realidade nestas eleições.
Desde o dia 16 de agosto, a partir de quando estava autorizada pelo TSE a realização de propaganda eleitoral para as Eleições 2022, candidatas e candidatos entraram numa disputa virtual para se aproximarem do eleitor e apresentarem suas propostas de governo.
As redes mais utilizadas para veicular as campanhas são o Google Ads e o Facebook Ads, canais de publicidade digital de maior penetração no Brasil, que permitem a exibição de anúncios em mídias como YouTube, Facebook e Instagram.
Nesses canais, além das tradicionais postagens orgânicas (conteúdos publicados de forma gratuita), os candidatos podem acessar recursos avançados para direcionar anúncios pagos para públicos desejados. Podem definir, por exemplo, que um conteúdo específico seja exibido somente para pessoas de determinado gênero ou para usuários que estiverem em certo estado ou cidade do país.
Outro recurso atrativo para os candidatos que anunciam nesses canais é a flexibilidade na definição do valor investido. Neles não há uma tabela com valores pré-fixados para a maioria dos formatos de mensagem, ou seja, é o anunciante quem decide quanto deseja investir para veicular sua campanha, o que os torna ainda mais vantajosos em relação a outros meios de comunicação, como panfleto, jornal, carro de som, rádio e TV, canais bastante utilizados em campanhas eleitorais.
Para se ter uma ideia do montante de verba que vem sendo investido em anúncios, de acordo com o Relatório de Transparência de Anúncios Políticos no Brasil, ferramenta do Google que permite o acesso aos anúncios e aos investimentos dos candidatos na rede, do dia 16 de agosto até a data da finalização deste artigo, foram gastos mais de R$ 9.617.000,00 (nove milhões, seiscentos e dezessete mil), distribuídos em 9.465 (nove mil, quatrocentos e sessenta e cinco) anúncios.
E esses números tendem a aumentar à medida que se aproxima o dia da eleição.
Bom, uma coisa é certa: são incontestáveis o poder e o alcance dos anúncios on-line. No entanto, em se tratando de eleições, não basta apenas guiar-se pela contagem do número de ‘likes’ e ‘joinhas’ nas postagens. É fundamental que os candidatos trabalhem com a mesma intensidade fora das redes para que esse engajamento se confirme nas urnas no dia 2 de outubro.
Alan Costa é CEO e fundador da Produzindo Digital, empresa especializada em vendas pela Internet.