Lideranças da base de Lula e até aliados de Jair Bolsonaro criticaram o ex-presidente por ter desistido de ir ao STF nesta quarta-feira (26/3) para acompanhar o segundo dia do julgamento da denúncia contra ele.
Como a coluna noticiou mais cedo, Bolsonaro decidiu não ir ao Supremo novamente nesta quarta por temor de que a Corte decretasse a sua prisão preventiva ou o uso de tornozeleira eletrônica após ele virar réu.
Nas redes sociais, parlamentares e lideranças de esquerda afirmam que Bolsonaro “arregou”. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), por exemplo, disse que Bolsonaro não quis encarar a justiça.
“Bolsonaro arregou! Muito machão na hora de tentar derrubar a democracia do país, mas um baita arregão na hora de encarar a justiça. Depois de ontem, desistiu de ir ao STF acompanhar a votação que o tornará réu. Típico”, escreveu Boulos nas redes sociais.
O deputado Rogério Correia (PT-MG), por sua vez, afirmou que Bolsonaro não pode ser comparado a ex-presidente Dilma Rousseff, que foi a seu julgamento durante a Ditadura Militar, porque é “covarde”.
“Foi a comparação com Dilma que fez Bolsonaro ir ao STF ontem. Hoje, já arregou. Dá pra comparar? Covarde! #SemAnistia”, escreveu o parlamentar.
Apoiador de Bolsonaro, o influenciador Paulo Figueiredo também criticou a estratégia do ex-presidente de não ir ao STF. Segundo Figueiredo, o ex-mandatário é “um ótimo homem, mas um péssimo estrategista”.
“Ontem a ida do Jair Bolsonaro ao STF tinha tido excelente repercussão. Passou enfrentamento, coragem e liderança. A ideia era hoje, ao final do julgamento, ele ter a palavra final em uma coletiva de imprensa que dominaria os noticiários. Mas, impossível Bolsonaro manter uma boa estratégia por dois dias seguidos. Hoje, já desistiu de ir e cagou tudo. Vai dar uma entrevista sei lá onde, com a impressão de comportamento errático. É um ótimo homem, mas um péssimo estrategista. Não é à toa que estamos nesta merda de dar gosto”, escreveu.
O ex-mandatário assiste ao julgamento do STF pela TV do outro lado da Praça dos Três Poderes, diretamente do gabinete parlamentar de seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Além do próprio Flávio, estão com o ex-presidente a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) e o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MT).
Nas redes sociais, Damares disse que rezou nesta manhã junto com Bolsonaro. A senadora, como noticiou a coluna, organiza uma corrente de oração junto com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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