Secretários que passaram pelo primeiro escalão do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, cultivam um hábito curioso: guardam significativas quantias de dinheiro vivo em casa. Mesmo com toda a violência do Rio, com a inflação que corrói o dinheiro que não fica aplicado, cinco secretários que deixaram o governo para se candidatar este ano afirmaram à Justiça Eleitoral ter R$ 322 mil em casa.
O campeão do dinheiro no colchão é Rodrigo Bacellar, ex-secretário de Governo e todo-poderoso no mandato Castro. Ele declarou ter R$ 150 mil em casa. Ex-secretário de Esportes, Gutemberg Fonseca disse ter R$ 100 mil em dinheiro vivo. O ex-secretário de Administração Penitenciária, Fernando Veloso, declarou ter R$ 47 mil. E o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Serginho, R$ 22 mil.
Castro, que é candidato a um novo mandato no Palácio Guanabara, enfrenta o período mais delicado de seu governo. O Ministério Público do Rio passou a investigar a criação de cargos secretos, sem qualquer transparência ou critério, em troca de apoio eleitoral, após o caso ser revelado pelo repórter Ruben Berta.
A folha de pagamento para manter essa estrutura foi viabilizada por meio de saques em dinheiro vivo que somaram R$ 226 milhões.