A TV Brasil, da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gastou pelo menos R$ 20,5 mil para transmitir ao vivo o evento em que Jair Bolsonaro chamou embaixadores ao Palácio da Alvorada para mentir sobre o sistema eleitoral e atacar ministros do STF. Nesta quarta-feira (24/8), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou que a estatal e redes sociais retirassem os vídeos do ar.
No dia 18 de julho, a EBC transmitiu os 47 minutos do discurso de Bolsonaro, repleto de informações falsas. A estatal gastou R$ 12 mil com equipamentos; R$ 4,2 mil para transmitir a programação na TV; R$ 2,7 mil para direcionar as imagens para redes sociais; e R$ 1,5 mil para contratar um intérprete de Libras. Além de atacar sem provas o sistema eleitoral, Bolsonaro reproduziu vídeos de motociatas em seu apoio, o que constrangeu diplomatas.
Para o ministro Mauro Campbell, do TSE, Bolsonaro “insiste em divulgar deliberadamente fatos inverídicos ao afirmar que há falhas no sistema de tomada e totalização de votos no Brasil”. O Youtube já havia derrubado o vídeo da live no perfil de Bolsonaro no último dia 10.
Nesta quarta-feira (24/8), a PGR informou ao STF que abriu uma investigação preliminar sobre o evento promovido por Bolsonaro. No ano passado, a EBC também transmitiu ao vivo uma live em que Bolsonaro mentiu sobre as urnas e fez com que o presidente se tornasse investigado pelo STF e TSE.
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1 de 10Daniel Ferreira/Metrópoles
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
Reprodução
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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados
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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids
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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois
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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente