Alvo de quatro partidos no Conselho de Ética da Câmara nesta semana, Eduardo Bolsonaro tem se beneficiado da lentidão da Casa. Faz 200 dias que a Câmara trava uma denúncia de ameaça contra o deputado, movida por Dayane Pimentel, do União Brasil da Bahia. No domingo (3/4), Eduardo debochou da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão na ditadura militar e voltou a ser denunciado ao conselho.
PSol, Rede, PT e PCdoB pediram na segunda-feira (4/4) que a Casa casse o mandato do filho do presidente. As representações devem demorar a tramitar, uma vez que o Conselho de Ética não recebeu da Mesa Diretora da Câmara denúncias desde julho do ano passado.
Em setembro, Eduardo Bolsonaro publicou imagens da ex-bolsonarista Dayane Pimentel com um alvo de arma no rosto. O deputado chamou a colega de “traíra” e reproduziu uma música que diz: “Traíra, quem age assim acaba na alça da mira”. Pimentel afirmou à comissão que temia por sua “integridade física”.
Mesmo quando Eduardo foi julgado pelos colegas, o Conselho de Ética minimizou o elogio à ditadura. Em abril do ano passado, o colegiado arquivou um processo contra Eduardo por ter sugerido um novo AI-5, ato que fechou o Congresso Nacional durante a ditadura militar.