A desfiliação de Sergio Moro permitirá que a direção nacional do Podemos redistribua cerca de R$ 10 milhões entre os candidatos que disputarão vagas na Câmara dos Deputados.
O Podemos pretendia gastar apenas essa quantia do fundo partidário para financiar a campanha presidencial do ex-juiz. Moro reclamava que o valor era insuficiente para rivalizar com as candidaturas de Bolsonaro e de Lula e decidiu migrar para o União Brasil.
As contas preliminares do Podemos estimam que a passagem de Moro provocou prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões. Os gastos englobam os salários pagos ao ex-juiz e toda a infraestrutura da pré-campanha, como as viagens pelo Brasil, o aparato de segurança que acompanhava Moro e a hospedagem fixa num hotel de luxo em São Paulo.
Sem se preocupar com a chapa majoritária, o Podemos investirá o orçamento na ampliação da bancada de deputados federais. A expectativa mais modesta no partido prevê a eleição de 30 parlamentares.
Moro, por sua vez, terá de resolver a briga que comprou logo no primeiro dia como filiado do União Brasil. O ex-juiz tornou pública a pretensão de concorrer ao Planalto pelo novo partido, o que revoltou as lideranças provenientes do DEM. O grupo chefiado por ACM Neto afirmou que pedirá o cancelamento da filiação do ex-juiz.
10 imagens
1 de 10
Sergio Fernando Moro, nascido em 1972, é ex-juiz, ex-ministro da Justiça, ex-professor, advogado e político brasileiro. Natural de Maringá, no Paraná, Moro foi lançado como pré-candidato à Presidência da República pelo partido Podemos
Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 10
Meses depois, o ex-juiz mudou para o União Brasil
Andre Borges/Esp. Metrópoles
3 de 10
Durante a carreira, Moro atuou em diversos casos, como o escândalo do Banestado, e a Operação Farol da Colina; foi juiz auxiliar no STF, e assessorou a ministra Rosa Weber durante o julgamento do mensalão, mas foi após atuar na Operação Lava Jato que ele ganhou notoriedade no Brasil e no mundo
Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 10
Moro foi chamado de "suspeito" em pedido apresentado por construtora ao STF
Reprodução
5 de 10
Em novembro de 2018, Moro pediu exoneração da magistratura e, em 1º de janeiro de 2019, assumiu o controle do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no governo Bolsonaro
Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 10Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 10
Desde então, a relação entre Sergio Moro e Bolsonaro azedou. Após deixar o governo, o ex-juiz passou a advogar e a atuar como consultor para empresas privadas
Andre Borges/Esp. Metrópoles
8 de 10
Casado com Rosangela Wolff de Quadros Moro e pai de dois filhos, Moro se filiou ao partido Podemos no dia 10 de novembro de 2021 e se lançou pré-candidato à Presidência da República
Fábio Vieira/Metrópoles
9 de 10
No decorrer da carreira, Moro ganhou inúmeros prêmios no Brasil e no exterior. Um deles foi o da revista Time, que o considerou uma das cem pessoas mais influentes do mundo. A Bloomberg o considerou o 10º líder mais influente do planeta e, em 2019, o jornal britânico Financial Times o elegeu uma das 50 pessoas de destaque do mundo
Fábio Vieira/Metrópoles
10 de 10
Moro diz que Lava Jato agiu "dentro da lei"
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.