Jair Bolsonaro mentiu ao apresentar ao STF uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes por suposto abuso de autoridade na segunda-feira (16/5). Segundo o presidente, a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro não cometeu crime quando atacou as urnas eletrônicas em uma live no ano passado. No entanto, a delegada do caso apontou que Bolsonaro teve “atuação direta, voluntária e consciente” na prática do crime de violação de sigilo funcional.
A manifestação da PF foi enviada pela delegada Denisse Ribeiro ao Supremo em janeiro. Responsável pela apuração, Ribeiro afirmou que houve crime de Bolsonaro. Contudo, considerou que não poderia indiciar o presidente antes de uma autorização do STF, por causa do foro privilegiado.
Na terça-feira (17/5), Bolsonaro escreveu nas redes sociais, em referência à ação que havia movido contra Moraes na véspera: “Mesmo após a PF ter concluído que o presidente da República não cometeu crime em sua live, sobre as urnas eletrônicas, o ministro insiste em mantê-lo como investigado”.
Em outra investigação da PF, Bolsonaro desconsiderou as conclusões da corporação e fez críticas públicas ao órgão. A PF concluiu em dois inquéritos, em 2018 e 2020, que a facada em Bolsonaro na última eleição não teve mandantes. Uma terceira apuração foi iniciada no fim do ano passado, com a reabertura do caso.
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1 de 10Daniel Ferreira/Metrópoles
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
Reprodução
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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
HUGO BARRETO/ Metrópoles
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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados
Daniel Ferreira/Metrópoles
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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids
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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois
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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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