O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ironizou, nesta quinta-feira (28/10), o fato de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as quebras de sigilos das suas redes sociais, mas não para barrar as acusações de genocídio ou crime de epidemia.
“Causa espanto que o presidente Bolsonaro não pediu para embargar as acusações de crime contra genocídio, contra crime de epidemia, mas quando se pede para suspendê-lo das redes sociais, ele de imediato interpõe um mandado de segurança. Isso [atitude] é o diagnóstico sobre o que isso [redes sociais] significa para o senhor presidente da República”, declarou Randolfe, após o Tribunal de Contas União (TCU).
“Depois dele ter editado MP para que os aplicativos não pudessem retirar as postagens dele”, acrescentou o relator Renan Calheiros (MDB-AL).
A comissão aprovou, na última terça-feira (26/10), dois requerimentos – um com quebra de sigilo das redes sociais do presidente e outro pedindo que suspensão ou banimento e retratação das declarações de Bolsonaro associando a vacina contra a Covid-19 à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids).
Os parlamentares se reuniram, na quarta-feira (27/10), com o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. Ele julgará a medida cautelar da CPI e o pedido de suspensão feito por Bolsonaro.
Os senadores entregaram o documento com 80 pedidos de indiciamentos à presidente do TCU, ministra Ana Arraes, e ao vice-presidente da Corte, ministro Bruno Dantas, e depois à procuradora-chefe Anna Paula Coutinho de Barcelos Moreira, da Procuradoria da República do Distrito Federal.
Ao final da reunião na Procuradoria do DF, passou um carro e o motorista gritou “Renan, filho d…”. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), comentou com as pessoas ao reder. “Veja como são esses bolsonaristas”.
Aprovado na última terça-feira (26/10), o relatório pede indiciamento de 78 pessoas – entre elas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro – e duas empresas.
Os parlamentares devem se reunir, ainda nesta quinta-feira, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, para entregar o relatório final da CPI.