O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta quinta-feira (04/02) a crise do coronavírus afirmando que “desconhece qualquer hospital que esteja lotado” com pacientes de Covid-19. Para exemplificar seu argumento, exposto em conversa com pastores na portaria do Palácio da Alvorada, citou “um hospital no rio de Janeiro” que teria 200 leitos de para cuidar de pacientes de coronavírus, mas que estaria com apenas 12 ocupados.
O presidente se referiu ao Hospital Municipal Ronaldo Gazzola, escolhido para ser referência no acolhimento de pacientes do coronavírus no estado do Rio de Janeiro. Questionada pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Saúde Municipal do Rio informou que há na unidade quase seis vezes o número divulgado pelo presidente: 56 pacientes internados com suspeita de coronavírus, dos quais 21 na UTI.
O Rio registra, até esta quinta, 992 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 41 mortes.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde do Rio, o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla dispõe de 128 leitos dedicados exclusivamente para internação de pacientes com a doença e está sendo ampliado para abrigar um total de 381.
Na conversa com os pastores, Bolsonaro defendeu que o coronavírus “não é isso tudo que estão pintando” e pediu aos governadores que desistam das medidas de isolamento social e deixem a população fora dos grupos de risco da doença voltarem a trabalhar.
Mais tarde, em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro disse que já tem pronto o decreto determinando a volta ao trabalho de todos os brasileiros que precisem dele para seu sustento.
