O presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu, na manhã desta segunda-feira (14/3), um tuíte sobre o distanciamento entre o Movimento Brasil Livre (MBL) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com uma foto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O perfil oficial do presidente da República reagiu a um post com uma nota da colunista Bela Megale, do jornal O Globo. A matéria informa que integrantes do MBL agora trabalham, nos bastidores, para minar a candidatura de Moro ao Palácio do Planalto.
Bolsonaro não fez qualquer comentário em texto. Na foto, o ex-presidente FHC está deitado em uma poltrona, com as pernas erguidas, segurando um livro escrito por um ex-premiê da China, deposto e preso, que critica o regime. Veja o post:
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 14, 2022
O livro que FHC segura na foto é “Prisoner Of The State: The Secret Journal of Premier Zhao Ziyang” (Prisioneiro do Estado: O Diário Secreto do Premiê Zhao Ziyang). Ziyang era ex-general e secretário do Partido Comunista Chinês, mas foi demitido, deposto e preso após apoiar os estudantes que promoveram os protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989.
O livro foi publicado em maio de 2009 e é baseado em gravações feitas por Ziyang enquanto estava em prisão domiciliar, entre 1999 e 2000.
A foto usada por Bolsonaro já foi compartilhada em 2018, em reação a críticas do tucano ao governo eleito por posições relacionadas à política externa. Veja:
Fernando Henrique Cardoso: pic.twitter.com/3MFMnpTQ6z
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 4, 2018
O motivo da briga
Recentemente, o Metrópoles revelou áudios do deputado estadual Arthur do Val (sem partido-SP), conhecido como “Mamãe Falei”, com falas misóginas. O deputado, que era integrante do MBL, diz que as ucranianas são “fáceis” de pegar por serem pobres e afirma que a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas do que a “melhor balada do Brasil”.
Em áudio, Mamãe Falei diz que ucranianas “são fáceis, pois são pobres”
Moro reagiu às declarações dizendo “lamentar profundamente e repudiar veementemente as graves declarações do deputado”. Com isso, a relação de Moro com o grupo, que participou da formulação de estratégias de comunicação e de articulações políticas em favor do ex-juiz, azedou.
Membros do movimento se incomodaram com o tom adotado por Moro em nota sobre o episódio.
