Bolsonaro ataca Fachin e eleições, e defende Michelle: “Canalhas”

Presidente falou em "estupro à democracia" e disse que tem "a família perseguida". "Venham para cima de mim se são homens", afirmou

atualizado 07/06/2022 19:00

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Presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia “Brasil pela Vida e pela Família 1 Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar, nesta terça-feira (7/6), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin e as eleições do Brasil.

Na semana passada, Fachin recebeu diplomatas estrangeiros para participar de um evento sobre o sistema eleitoral brasileiro, que contou com informes sobre como será o pleito deste ano. Na ocasião, o ministro disse que a comunidade internacional deve estar “alerta” às “acusações levianas”.

Em tom exaltado, o chefe do Executivo federal afirmou que Fachin disse, de forma indireta, que o presidente da República é “um homem que não respeita a Constituição, que não respeita o processo eleitoral, que pensa em dar o golpe”.

“A política externa é minha e do ministro França, do Itamaraty. Ele [Fachin] convida em torna de 70 embaixadores e eles vão lá para dentro do TSE. Ele, de forma indireta, ataca a Presidência da República, como um homem que não respeita a Constituição, que não respeita o processo eleitoral, que pensa em dar o golpe. E conclui, de forma indireta [dizendo]: ‘Acabou as eleições, imediatamente o chefe de Estado deve reconhecer o ganhador das eleições’. Para que não haja qualquer questionamento junto à Justiça”, declarou Bolsonaro.

“O que é isso, se não um arbítrio? Um estupro à democracia brasileira? Para mim é muito mais fácil eu estar do outro lado”, acrescentou o presidente.

Na sequência, o mandatário da República disse que tem “a família toda perseguida”. Ele citou um processo no qual a primeira-dama era investigada por ter usado sua influência para conseguir empréstimos da Caixa Econômica Federal de forma facilitada para amigos próximos.

A denúncia foi feita pela revista Crusoé no ano passado. De acordo com a reportagem, Michelle teria tratado do tema com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o que configuraria abuso de influência. No início deste ano, a Procuradoria da República do Distrito Federal arquivou o caso.

“Tenho a família toda perseguida, até a esposa processada. Canalhas. Processar a minha esposa. Venham para cima de mim se são homens”, declarou Bolsonaro no evento desta terça. O presidente foi ovacionado e aplaudido pelos presentes.

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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro
A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022
“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente
“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou
Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral
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Desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem travado grandes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro

Felipe Menezes/Metrópoles
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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro

Igo Estrela/Metrópoles
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A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente

Reprodução
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“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral

Reprodução/Youtube
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Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para a instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Além disso, pediram ainda que o incluíssem em outro inquérito, o das fake news

Igo Estrela/Metrópoles
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Bolsonaro, por sua vez, criticou o inquérito e ameaçou o STF. “O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. O Moraes, ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder as eleições vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento”, afirmou em entrevista ao canal da Jovem Pan

Igo Estrela/Metrópoles
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Após a declaração de Bolsonaro, Alexandre de Moraes postou no twitter que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o STF de exercer sua missão constitucional de defesa e manutenção da democracia e do Estado de direito”

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Jair Bolsonaro reclamou da retirada de veículos blindados

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Como consequência da ação, o TSE enviou ao STF uma notícia-crime contra o presidente

Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
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Recentemente, o conflito entre Jair e o TSE ganhou novos capítulos. Isso porque Bolsonaro passou a estimular um clima de disputa entre o TSE e as Forças Armadas

Cleber Caetano/Presidência da República
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Durante lives semanais, o chefe do Executivo federal acusou o TSE de “carimbar como confidenciais” sugestões dos militares para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas e voltou a colocar em dúvida a segurança do sistema de contagem dos votos

Igo Estrela/Metrópoles

Ataque ao STF

Ainda durante o evento desta terça, o presidente Jair Bolsonaro criticou, aos gritos, deliberação da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a decisão do ministro Kássio Nunes Marques de devolver o mandato ao deputado estadual Fernando Francischini (União-PR).

O parlamentar foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em outubro de 2021, por ter propagado fake news contra o sistema eleitoral. Por 3 votos a 2, os ministros optaram por não referendar tutela de urgência concedida a Frascischini em 2 de junho deste ano.

Durante discurso no Palácio do Planalto, o mandatário da República falou em “indignação” e voltou a afirmar que “não existe tipificação penal para fake news”.

“Aqui do outro lado, uma turma do Supremo Tribunal Federal, por 3 a 2, manteve a cassação de um deputado acusado em 2018 por espalhar fake news. Esse deputado não falou fake news, porque o que ele falou na live eu também falei para todo mundo, que estava havendo fraude nas eleições de 2018”, esbravejou Bolsonaro. “Eu não vou viver como um rato, tem que haver uma reação”, enfatizou o presidente.

Em outubro do ano passado, o TSE decidiu, por 6 votos a 1, punir Francischini após o parlamentar ter publicado um vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual afirma que as urnas foram fraudadas para impedir o voto no então candidato Jair Bolsonaro.

O deputado foi eleito em 2018, com 427.749 votos – a maior votação da história do Paraná para um político estadual. Na época do julgamento, além da cassação do mandato, o TSE decidiu que o parlamentar ficaria inelegível por oito anos. A Justiça Eleitoral ainda determinou que os votos obtidos por ele na eleição fossem anulados e que o TRE-PR realizasse nova totalização.

Ao suspender a decisão do TSE, o ministro Nunes Marques entendeu que o vídeo do deputado não demonstrou impacto nas eleições que justificasse a cassação do mandato. “Faltam elementos mínimos aptos a comprovarem o comprometimento da disputa eleitoral em decorrência do que foi veiculado na transmissão”, disse o integrante do STF.

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