O Brasil bateu recorde na emissão de carteiras de trabalho para imigrantes no ano passado. Entre 2010 e 2018, foram emitidos 76.876 documentos para solicitantes de refúgio e refugiados. Somente nos últimos 12 meses, o representou quase a metade: 36.384.
A movimentação de trabalhadores venezuelanos no Brasil também disparou. Eles representam 68,4% das carteiras de trabalho emitidas. Em seguida, aparecem os haitianos (19,1%) e os cubanos (4,8%).
Os números fazem parte do Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), lançado nesta quinta-feira (22/08/2019), no Ministério da Justiça e Segurança Pública. O titular da pasta, Sergio Moro, participou do evento.
Entre 2011 e 2018, foram registrados no país 774,2 mil imigrantes. Desses, 492,7 mil foram de longo termo, ou seja, permaneceram no país em período superior a um ano. A maioria é homem (61,4%), jovem e com nível de escolaridade médio e superior.
No período, haitianos, bolivianos e venezuelanos foram, respectivamente, as principais nacionalidades de imigrantes no Brasil. Já no recorte de 2018, venezuelanos representaram a nacionalidade com maior fluxo: 39%. Em seguida, aparece haitianos (14,7%) e colombianos (7,7%).
“Reflete bem o caráter da nossa nação”, disse Moro. “Somos um país formado por boa parte de imigrantes, que vieram da África, da Europa, além de evidentemente da população nativa, indígena, e o Brasil segue nessa linha, com uma política generosa em relação a imigrantes”.
“Claro que com pequenas ressalvas, mas permanece esse perfil de um país novo. Uma terra de promessas que atrai indivíduos de outros países, como haitianos e venezuelanos. Todos bem abrigados e recebidos”, complementou.
Nessa terça-feira (21/08/2019), o ministro da Justiça publicou portaria em que impede a entrada de autoridades venezuelanas no Brasil. Hoje, durante a apresentação do relatório, Moro não tocou no assunto.
Data Migra
O evento também lançou o Data Migra, uma nova ferramenta para auxiliar a obtenção de dados oficiais sobre a imigração regular no Brasil. A ferramenta permite que jornalistas, gestores públicos, pesquisadores e o público em geral possam criar as próprias tabelas.
