Sites criados por apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência, estão sendo invadidos por um grupo hacker desde o início da corrida eleitoral. Após assumirem o controle dos canais, os responsáveis pelo ciberataque usaram as plataformas para pedir votos a favor de Jair Bolsonaro (PL), adversário do petista no segundo turno das eleições de 2022.
Um grupo denominado como BolsonaroCyberMafia se identificou como autor das ações, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (13/10) pelo jornal Estadão. As invasões foram registradas em um repositório digital usado para dar publicidade aos ataques e cultivar prestígio no meio do cibercrime.
Após o “sequestro”, os sites que o grupo afirma ter capturado podem voltar a funcionar normalmente, como é o caso do portal PT na Câmara e do site oficial de Lula, com funcionamento aparente normal. As páginas dos deputados petistas Eduardo Suplicy, Paulo Teixeira (PT-SP), Natália Bonavides (PT-RN) e Benedita da Silva (PT-RJ) também foram alvos das ações dos criminosos.
Não foram encontradas referências de violações a páginas ligadas a apoiadores de Bolsonaro. Contudo, a campanha do presidente têm estado abertamente na mira de militantes petistas nas redes sociais, sem a atuação de hackers.
Após momentos de hesitação sobre que tom adotar nesta retomada da campanha presidencial, militantes de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriram a corrida ao segundo turno apelando para “fantasmas” nas redes sociais. Apoiadores de ambos os lados transformaram a corrida eleitoral em um campo minado de montagens, desinformação e notícias falsas, na tentativa de colar no adversário o carimbo de satanista.
No campo da atuação dos hackers bolsonaristas, conteúdos são substituídos por sites e mensagens antipetistas e a favor do atual mandatário brasileiro. A ação é identificada como defacement, um tipo de “pichação virtual” realizada a partir de falhas de segurança.
Ataques direcionados
Um dos ataques mais recentes foi realizado na última sexta-feira (7/10), contra o site do PT que concentra informações sobre a atuação da bancada da sigla na Câmara. A página principal foi tomada por uma mensagem contrária ao partido e por um pedido de apoio a Bolsonaro acompanhado por uma foto dele sobre a bandeira do Brasil.
“O PT diz lutar pelos pobres, mas o PT só se mostrou desigual ao longo dos anos, pessoas na pobreza enquanto os engravatados estão de bolso cheio”, dizia o texto. “No segundo turno, vote 22″.
Em 27 de setembro, o site oficial de Lula também foi alvo dos criminosos cibernéticos e passou a exibir uma mensagem a favor de Bolsonaro, acompanhada de uma montagem na qual o candidato do PT aparecia preso. A ação foi reivindicada por um outro grupo hacker que já esteve envolvido em um ataque cibernético ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
