O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o direito ao aborto em entrevista à revista Isto É Gente, em fevereiro de 2000, e internautas recuperam parte do diálogo para atacar o atual chefe do Executivo. Durante sua campanha à reeleição, Bolsonaro se declara como “pró vida e contra o aborto”.
Durante a entrevista à repórter Cláudia Carneiro, em 2000, o presidente afirmou que a retirada do feto é uma escolha do casal. “O senhor já viveu tal situação?”, perguntou ela. “Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó”. Bolsonaro se referia ao seu quarto filho, Jair Renan, com Ana Cristina Siqueira Valle.
O nome de Jair Renan aparece nesta quarta-feira (5/10) como um dos assuntos mais comentados do Twitter. Os internautas afirmam que o presidente Bolsonaro gostaria de ter abortado o filho, mas por decisão de Ana Cristina decidiram continuar com a gravidez.
Confira o trecho da entrevista:
Jair Renan Bolsonaro nasceu em abril de 1998, mas foi reconhecido como filho biológico de Jair Bolsonaro apenas em 2001 após a realização de um teste de DNA. Assim, uma nova certidão de nascimento foi emitida pela 5ª Circunscrição do Registro Civil das Pessoas Naturais, no Rio de Janeiro, em 1º de fevereiro daquele ano.
Posição diferente
Diferente de sua posição no início dos anos 2000, Bolsonaro utiliza a legalização do aborto para atacar o seu adversário no segundo turno das eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em setembro, a campanha do presidente Bolsonaro utilizou trechos editados de uma fala do ex-presidente, em abril, em que ele cita que o aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública.
“E a madame ela pode fazer um aborto em Paris (…) Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido. Quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito (…)”, afirmou Lula em trecho apresentado pela campanha de Bolsonaro.
Durante discurso no dia 7 de setembro em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o Bolsonaro afirmou ser contra a legalização do aborto e liberação das drogas no país.
“Não existe, no nosso governo, a ideia de legalizar o aborto. Sabemos o que uma mulher passa, uma mãe, quando tem, dentro de casa, um filho dentro das drogas. Por isso, nosso governo não aceita, sequer, discutir a legalização das drogas”, declarou o presidente aos seus apoiadores.
O Metrópoles entrou em contato com o comando de campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro e aguarda um posicionamento.
