O coração de Dom Pedro I chegará ao Brasil na manhã desta segunda-feira (22/8), como parte da comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. O órgão ficará exposto no Palácio do Itamaraty, em sala especialmente preparada, até 7 de setembro.
A Força Aérea Brasileira (FAB) fará o transporte do órgão de Portugal para o Brasil. O coração virá na cabine de passageiros e será acompanhado por três autoridades portuguesas, além de um representante do governo brasileiro.
“O translado da cidade do Porto até o Brasil será feito por uma aeronave VC-99 do Grupo de Transporte Especial (GTE) e a recepção acontece na Base Aérea de Brasília, com honras de chefe de Estado, com pouso previsto para 9h30 da manhã”, avisa um comunicado da FAB.
A Polícia Federal e as Forças Armadas serão as responsáveis pela segurança do coração no país. O governo federal não informou qual foi o custo total da operação.
Na próxima terça-feira (23/8), às 17h, haverá uma cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). O descendente da família real e Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, estará presente.
Em abril deste ano, conforme antecipou o Blog do Noblat, do Metrópoles, o Ministério das Relações Exteriores iniciou as tratativas com as autoridades portuguesas para envio do órgão para participar das celebrações de 7 de setembro.
Em Portugal, o coração fica na igreja de Nossa Senhora da Lapa e é protegido pelos Guardiões da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.
“São necessárias cinco chaves para acessar o coração que é conservado há 187 anos, dentro de um vaso de vidro com formol”, informou o Itamaraty.
Margens do Ipiranga
A ossada de dom Pedro I esteve no Brasil pela última vez em 1972, para comemoração dos 150 anos da Independência. Na época, os ossos do imperador foram levados até o local onde ele teria proclamado liberdade em relação a Portugal nas margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
O coração de Dom Pedro está guardado em um recipiente de vidro na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto desde 1837. A cada 10 anos, é trocado um líquido, com base em formol, que o mantém preservado.
Havia, por parte de autoridades portuguesas, resistências ao envio do coração do primeiro imperador brasileiro. Elas consideravam a operação de transporte arriscada, mesmo que fosse temporário o período de permanência do órgão no Brasil. O receio de setores contrários justifica-se diante da delicadeza exigida na execução do translado.
