Ambientalistas criticam governo após decisão de adesão a fórum da Opep

Greenpeace Brasil, WWF-Brasil e Observatório do Clima expressaram preocupação, diante do anúncio feito pelo ministro Alexandre Silveira

atualizado 18/02/2025 14:23

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imagem colorida de plataforma de petróleo - Metrópoles Reprodução

Organizações ambientalistas reagiram, nesta terça-feira (18/2), ao anúncio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o Brasil aceitará o convite feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para aderir à “carta de cooperação”.

Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, avalia que a adesão do Brasil coloca em risco o papel de liderança climática do país às vésperas da COP30. “No mundo atual, essa é uma liderança que precisamos muito”, enfatiza. A Conferência do Clima das Nações Unidas ocorrerá em Belém (PA), em novembro deste ano.

“Em ano de COP30 no Brasil, de 10 anos do Acordo de Paris e em meio a mais uma onda brutal de calor e recordes sucessivos de temperatura, o Brasil vai na contramão ao buscar integrar a Opep+, um grupo que funciona como um cartel do petróleo e que trabalha para sustentar preços lucrativos por meio do controle da oferta”, critica Camila.

Para a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, o ministro “colocou mais um prego no caixão da transição energética brasileira” ao anunciar a adesão à Opep+. “É mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo (…), denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do passado”, afirma.

WWF-Brasil: “Governo aposta em modelo obsoleto”

Outra organização ambiental que se manifestou foi a WWF-Brasil, que classificou a decisão do governo brasileiro como algo “extremamente preocupante”, pois reforça os sinais de aposta “em um modelo obsoleto de desenvolvimento, baseado na queima de combustíveis fósseis.”

“O anúncio feito pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após participar de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), vem na esteira de uma pressão sem precedentes sobre o Ibama para liberar a exploração de petróleo na sensível região da Foz do Amazonas, e de declarações enviesadas, por parte das lideranças da Petrobras, acerca da necessidade de explorarmos mais petróleo”, complementa a nota divulgada pela organização.

Alexandre Silveira declarou nesta terça, no mesmo anúncio de adesão à Opep+, que o Ibama demora em decidir sobre a liberação de pesquisa e exploração de petróleo na Margem Equatorial do Amazonas. Para ele, o órgão “não pode enrolar, tem que dar resposta”. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se posicionou de forma semelhante.

O ministro defendeu que se “há uma decisão política, que haja uma decisão técnica”. “[O Ibama] é um órgão público, comandado pelo presidente da República. Quem está sentado naquela cadeira devia ter a consciência que o cargo é do presidente da República”, afirmou Silveira.

Adesão à Opep

Segundo ele, o Brasil foi convidado a fazer parte da carta de países que apoiam a Opep, durante visita do presidente Lula ao Oriente Médio. O CNPE aprovou a adesão à carta de cooperação dos países produtores de petróleo, que é um fórum de discussão do qual participam os países da Opep e da Opep+.

“É apenas uma carta e um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, pondera o ministro.

Silveira frisou que o país continua na Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês), bem como mobiliza o início da adesão à Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

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