O ano de 2024 foi o mais quente da história. O que isso significa?

Com ano mais quente, número de refugiados climáticos aumentou 5 milhões em 2024. Situação deve piorar ainda mais em 2025

atualizado 31/12/2024 10:01

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Imagem mulher bebe água próximo ao museu da república Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles (@vinicius.foto)

O ano de 2024 foi, até então, o ano mais quente já registrado no planeta, de acordo com o Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia. As principais consequências disso foram aumento de fortes chuvas e inundações, além de grandes ocorrências de secas e estiagens. As tragédias vividas em 2024 aumentaram, em cerca de 5 milhões, o número de refugiados climáticos. De acordo com especialistas, é provável que a situação relacionada às mudanças climáticas se agrave ainda mais em 2025.

“O padrão de precipitação no verão brasileiro pode ter uma certa influência da La Niña: observa-se um sinal de menos chuva no sul do país, e chuvas acima da média no norte. Porém, o sinal mais seco no sul é relativamente fraco. Em relação às temperaturas, os modelos preveem um verão mais quente do que a média em todo o país, o efeito contrário do que se esperaria em um período de La Niña intensa”, explica Rodrigo Jesus, porta-voz do Greenpeace Brasil.

Em 2024, ainda de acordo com ele, o mundo viveu dois extremos climáticos por conta da alta temperatura: inundações e seca extremas. “No Brasil, tivemos o registro da maior tragédia de inundações no Rio Grande do Sul, onde mais de 400 dos municípios foram atingidos e 180 mortos. […] Também tivemos registro histórico de estiagens no norte do país, principalmente na cidade e região metropolitana de Manaus, os rios Negro, Solimões e Purus chegaram no nível mais baixo comparado com o ano anterior”.

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Imagem aérea de Canoas (RS)
Brasil lidera deslocamentos internos por desastres nas Américas
Voluntários ajudam a população após a enchente do Rio Guaíba inundarem as ruas da cidade de Porto Alegre
Homem é visto com águas na cintura após a enchente do Guaíba
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Mari Maria Ramos, de Eldorado do Sul, durante trabalho de resgate

Foto: Arquivo Pessoal
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Imagem aérea de Canoas (RS)

Ruy Conde/MDHC
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Reprodução/ Twitter
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Brasil lidera deslocamentos internos por desastres nas Américas

Acnur/Eduardo Aigner
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Voluntários ajudam a população após a enchente do Rio Guaíba inundarem as ruas da cidade de Porto Alegre

Antonio Valiente/Anadolu via Getty Images
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Homem é visto com águas na cintura após a enchente do Guaíba

Jefferson Bernardes/Getty Images
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O especialista ainda demonstra preocupação com a saúde humana. “As altas temperaturas possuem consequências diretamente relacionadas à saúde humana, como por exemplo: alteração da pressão arterial, problemas cardiovasculares, tonturas, enxaquecas”, afirma Rodrigo Jesus. “No Brasil, as ondas de calor ainda possui impactos que são desproporcionais por causa das desigualdades sociais, raciais e econômicas. A sensação térmica pode ser mitigada e variar conforme a tipologias das moradias”, acrescenta.

Temperatura em alta

Também foi em 2024 que o mundo ultrapassou, pela primeira vez, o limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris. A temperatura média global dos últimos 12 meses foi 1,62°C acima da média do período pré-industrial (1850-1900) – o limite determinado pelo acordo era de um aumento até 1,5ºC.

Na opinião do especialista, apesar de o Brasil ter reduzido a taxa de emissões de gases de efeito estufa nos últimos anos, em 2025 o país precisa aumentar a capacidade de fiscalização, responsabilização e monitoramento do desmatamento.

Outra medida que deve ser implementada no próximo ano, segundo Rodrigo Jesus, é a adaptação das cidades brasileiras em frente a intensidade e frequência dos eventos extremos do clima. “Precisamos de políticas públicas para aumentar as infraestruturas verdes, aumentar a proteção perante a ações de gestão de riscos a desastres e conceber prioritariamente os territórios de alto e médio risco, periféricos, indígenas e de comunidades tradicionais”, finaliza o porta-voz.

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