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Lula sem pressa para anunciar o sucessor de Flávio Dino na Justiça

Quem tem prazo pode empurrar decisões com a barriga

atualizado 13/12/2023 8:21

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da justiça Flavio Dino Hugo Barreto/Metrópoles

Se aprovado hoje, pelo Senado, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria de Rosa Weber, Flávio Dino ainda seguirá como ministro da Justiça e da Segurança Pública por mais algumas semanas. Ou reassumirá seu mandato de senador.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, pediu a Dino para só tomar posse em fevereiro, depois do fim das férias do Poder Judiciário; e, se possível, após o Carnaval, marcado para os dias 10, 11, 12 e 13 de fevereiro.

Dino concordou. De resto, ele tem atos oficiais a cumprir no Ministério da Justiça até o próximo dia 19, quando o Judiciário entrará de férias. Caso Lula queira logo substituí-lo, ele aguardaria em casa como senador a data de sua posse no Supremo.

Mas Lula tem por hábito esperar que o prato esfrie antes de começar a degustá-lo. Deve ter aprendido com  Marco Maciel, pernambucano como ele, vice-presidente da República nos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso, que ensinava:

“Quem tem prazo não tem pressa”.

A pressa, ontem, de Lula em devolver ao Senado os quatro senadores que são ministros do seu governo foi menos para assegurar a aprovação com folga de Dino e mais para salvar a face de um deles, Carlos Fávaro (PSD-MT), da Agricultura.

Os suplentes dos outros três senadores – Camilo Santana (PT-CE), da Educação, Renan Filho (MDB-AL), dos Transportes, e Wellington Dias (PT-PI), do Desenvolvimento Social – votariam em Dino. Margareth Buzetti (PSD-MT), suplente de Fávaro, talvez não.

Seria constrangedor para Fávaro. Daí… O retorno temporário dos quatro ao Senado foi vendido como um desejo deles de homenagear o colega que governou o Maranhão enquanto eles governavam seus respectivos estados. Amigos são para isso. Vida que segue.

Segue também a briga na surdina pela vaga de Dino. O ex-ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula, diz que o jurista Ricardo Lewandowski dirá não a Lula se ele convidá-lo para ministro da Justiça e Segurança Pública.

Não é o que dizem auxiliares de Lula. Alguns não descartam a possibilidade de Lula escolher uma mulher para a vaga. O MDB fechou seu apoio a Dino em reunião, ontem, com Lula no Palácio do Planalto. Simone Tebet, ministra do Planejamento, é do MDB.

Mas ela teria um problema para aceitar um eventual convite para trocar de endereço: não gostaria de cuidar da Segurança Pública. Lula não cogita criar o Ministério da Segurança Pública. Então…

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