Pobres aspirantes a ministros. Ao invés de retornarem aos seus Estados, darão plantão em Brasília no fim de semana à espera de um telefonema de Lula – ou de algum emissário dele.
A angústia é comum aos dois tipos existentes de aspirantes: àquele que imagina que será ministro, mas que não tem certeza; e àquele que tem certeza, mas que ainda não sabe que ministério ocupará.
No momento, existem também dois tipos de ministros: o que sabe que perderá o lugar e o que teme perder o lugar. O que sabe que perderá o lugar ainda alimenta a tênue esperança de não perder.
O que teme confia que não perderá e tenta sufocar o temor. Agarra-se a qualquer suposta indicação de que permanecerá onde está.
Resumo da ópera ministerial: ninguém quer sair do governo; muitos querem entrar; e Lula detesta ter que demitir amigos.
(Publicado aqui em 10 de março de 2005)