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Enquanto Lula tece alianças, Bolsonaro cogita demitir Queiroga

O desafio que os dois enfrentarão é mais ou menos do mesmo tamanho

atualizado 27/01/2022 9:23

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anuncia durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira 5:01, a inclusão de crianças de 5 a 11 anos contra covid 19 9 Igo Estrela/Metrópoles

Quem pode se eleger presidente, governador ou prefeito no primeiro turno deixará passar a oportunidade?

Fernando Henrique Cardoso – ou melhor: o Plano Real – derrotou Lula duas vezes no primeiro turno (1994 e 1998).

Lula quer vencer Bolsonaro no primeiro turno. Isso nada tem a ver com salto alto. Bolsonaro faria o mesmo se pudesse.

Geraldo Alckmin será o candidato de Lula a vice. É um assunto liquidado para Lula, a não ser que Alckmin recue.

Ele não tem mais como recuar, e não pensa nisso. Espera para saber a que partido se filiará – se ao PSB ou ao PSD.

Queira ou não, o PT será obrigado a engoli-lo. O PT depende de Lula para aumentar suas bancadas na Câmara e no Senado.

Lula não quer ser o candidato do PT a presidente, como já disse. Quer ser candidato de um movimento para reconstruir o país.

Poucos governos no mundo atravessaram incólumes a pandemia. Todos pagaram caro pelo que fizeram ou deixaram de fazer.

No caso de Bolsonaro, a questão é que ele fez as coisas com má vontade, com muito atraso, e sem disfarçar que as sabotava.

Desde dezembro, não perdeu uma só oportunidade de torpedear a vacinação infantil contra a Covid-19, que seria inevitável.

No momento, examina a hipótese de mandar embora Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, por causa da cloroquina.

Forçado pelas evidências, constrangido por seus colegas médicos, Queiroga disse que a cloroquina não é eficaz contra o vírus.

Ora, isso é o oposto do que Bolsonaro prega de 2020 para cá. Como o presidente diz uma coisa e o ministro da Saúde outra?

Os devotos de Bolsonaro, consumidores de cloroquina e de outras drogas, estão cobrando a cabeça de Queiroga.

Enquanto Bolsonaro procura o que fazer, Lula corre atrás de garantir o que hoje parece possível, mas que amanhã…

Não é perda de tempo. Lula quer deixar aberta a porta para futuras composições em um eventual segundo turno.

Se Fernando Henrique diz que apoiará João Doria (PSDB) para presidente, Lula compreende e espera.

Se Gilberto Kassab, presidente do PSD, insiste com a história de que seu partido terá candidato próprio, Lula espera.

Um, Lula, é bom de cochicho. O outro, Bolsonaro, é bom de grito. O desafio dos dois é mais ou menos do mesmo tamanho.

O desafio de Lula é derrotar um presidente candidato à reeleição. Jamais isso aconteceu na história do Brasil.

O desafio de Bolsonaro é diminuir a própria rejeição, que é alta, e ressuscitar o antipetismo que o ajudou a se eleger.

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