A recusa de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, em aceitar desde já o pedido de prorrogação por mais 90 dias do prazo de validade da CPI da Covid-19 tem a ver com o seu desejo de que ela pare de funcionar durante o recesso de julho.
Com o recesso do Congresso, as atividades da CPI serão suspensas esfriando o clima político que no momento ameaça incendiar o governo. Pacheco se elegeu presidente do Senado com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Reconhece a dívida que tem com ele.
O pedido de prorrogação do prazo da CPI foi assinado por 35 senadores. O número mínimo de assinaturas necessário era 27. O governo vai pressionar pela retirada de assinaturas. Ontem, uma foi retirada, a do senador Chico Rodrigues (DEM-RO).
Sim, ele mesmo – o senador preso uma vez pela Polícia Federal com 30 mil reais em dinheiro vivo escondido dentro da cueca e entre as nádegas. É acusado de desviar recursos públicos destinados ao combate à pandemia do coronavírus.
Para que o Congresso possa sair de férias, terá que votar antes a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) como manda a Constituição. Os senadores que querem prorrogar a CPI se articulam para que a lei não seja votada, impedindo assim o recesso.