Está muito longe de ser uma unanimidade entre os aliados de Jair Bolsonaro no Centrão a ideia de se instalar CPI da Petrobras neste momento.
Boa parte dos líderes desse grupo, que conversou entre sexta e ontem, não gosta da iniciativa e evita se manifestar para não desagradar o presidente.
Parlamentares de partidos como PP, PTB, Republicanos e até do PL, legenda de Bolsonaro, não querem essa CPI agora. Entendem se tratar de um assunto espinhoso, em momento inoportuno – numa véspera de eleição – e de resulto incerto para o governo, tanto que parte da oposição está empolgada com essa investigação.
“O risco de ser um tiro no pé é muito grande. O presidente não deveria insistir nisso, corre o risco de ficar isolado. No nosso grupo de zap, o apoio é tímido, e o receio é grande. Prevalece o silêncio”, disse um dos vice-líderes do PP, que pediu anonimato.
Parte dos deputados do Centrão entende também que o entusiasmo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aos ataques à Petrobras e possível apoio à CPI não significam adesão automática e imediata desse grupo político.
“O Lira é admirado e respeitado, mas se mandar a turma pular do décimo andar, ninguém pula. O que quero dizer é que nem tudo que é bom para o Lira é bom para todo o Centrão”, afirmou o mesmo parlamentar.
Um sinal do baixo apoio, até agora, a ideia da CPI está nas redes sociais dos deputados governistas. Pouco ou nada se vê de um parlamentar defender a instalação já dessa comissão. Ataques e críticas à Petrobras estão postados, mas animação com a CPI é outra história.
“Outra coisa: que deputado vai topar abandonar campanha e vir atuar, seja como titular ou suplente de uma CPI?! E, ao que me consta, esse tipo de comissão só funciona de forma presencial”, pontuou o deputado.