O bicheiro José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, morreu nesta quarta-feira (22/01), aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Figura histórica da contravenção carioca, ele era o mais velho entre os nomes da antiga cúpula do jogo do bicho no estado. A morte foi confirmada por um de seus filhos.
De acordo com amigos da família, Piruinha passou mal e chegou a ser levado a um hospital, mas foi liberado e retornou para casa. Pouco depois, acabou falecendo. A causa exata da morte ainda não foi divulgada.
Piruinha começou no jogo do bicho nos anos 1970 e, ao longo das décadas, se consolidou como um dos chefes do esquema no Rio.
No ano passado, enfrentou um julgamento sob a acusação de ser mandante do assassinato do comerciante de carros Natalino José do Nascimento Espínola, mas acabou absolvido. Antes disso, havia cumprido dois anos de prisão. Durante o tempo encarcerado, sofreu uma queda e passou ao regime de prisão domiciliar. No fim de 2023, enfrentou problemas de saúde e precisou ser internado devido a uma pancreatite.
O bicheiro viralizou recentemente ao ganhar destaque na série Vale o Escrito, que revelou bastidores da contravenção no Rio. No documentário, Piruinha não escondia o orgulho de sua trajetória como bicheiro e se autoproclamava um homem mulherengo, pai de 19 filhos.
“Eu vivo de jogo há 80 anos, desde moleque. Tudo o que eu tenho na minha vida: hotel, cavalo – sou criador. Mas já fui jornaleiro, já vendi muita bala no trem, engraxei muito sapato na Praça 24 de Maio, fui trocador e motorista de ônibus, trabalhei na praça no tempo da guerra. Ganhei muito dinheiro. Sou o único banqueiro de bicho [a assumir]. Já tive mais de cem mulheres. Eu tive 19 filhos porque muitas mulheres tiveram juízo e não quiseram ter filho”, disse ele na produção”.
