Luz, respirações pausadas e alimentos líquidos. Essa é a base da alimentação da influencer americana Audra Bear, que garante não ingerir carne ou nenhum outro alimento sólido por períodos de 100 dias.
O pior? Ela não está sozinha. Encontra respaldo dessa “desintoxicação” em uma técnica chamada pranic healthing, ou cura prânica, em tradução literal. A prana seria algo como a energia da vida, e poderia ser obtida por meio de tudo que está ao redor.
A tradição fez muito sucesso nos Estados Unidos na década de 1980 e, agora, ensaia um retorno, impulsionado por postagens em redes sociais como as da jovem.
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Aos 25 anos, Audra alega que testou várias dietas, inclusive o veganismo. Em nenhuma delas teve sucesso.
Até que, finalmente, decidiu virar breatharian, uma espécie de vegetariana que vive apenas de luz e vegetais, que se transformam em sucos, chás e smothies. Ao jornal Metro, do Reino Unido, ela afirmou: “Há algo mágico em adquirir essa consciência. Controlar a respiração me colocou frente a frente comigo.”
Embora não haja nenhum respaldo médico para ter tomado essa atitude, Bear virou uma espécie de “guru” da dieta. O método inclui pelo menos 40 minutos de exercícios de respiração diários. Ela ensina variações em postagens no Instagram. Em oito meses, garante ter perdido 15 quilos.
Perigos
Segundo a nutricionista Simone Cunha Rocha, o processo de emagrecimento nunca deve se basear em “vale tudo”. “Ganhar peso é um processo, e perder também deve ser. Essa busca em emagrecer rapidamente, sobretudo se motivada por modismos, é perigosa”, alerta.
“É muito comum ver pessoas desencadeando depressão após dietas como essa. Um dos principais componentes dos neurotransmissores são os carboidratos e, geralmente, é o primeiro grupo alimentar a ser cortado. Quando eliminamos esse ‘substrato’ dos neurônios, corremos o risco do efeito ioiô e da compulsão por doces”, complementa.
A especialista até concorda que prestar atenção ao processo respiratório é algo saudável. Mas ninguém deve fazê-lo pensando, apenas, em pontos a menos na balança.
“Respirar calmamente nos coloca em sintonia com o corpo. Quando respiramos bem, diminuímos a ansiedade, trabalhamos os músculos do abdômen e nosso intestino funciona melhor. A respiração, de fato, está ligada a várias atividades do organismo, e é ótimo quando essa troca gasosa é eficiente”, orienta.
O principal sinal de alerta e vilão do respiratorianismo é outro: a dieta líquida. “Ela quase sempre é pobre em densidade calórica e em proteínas. É uma estratégia que utilizamos em certos momentos fisiológicos, como antes de cirurgias ou em pacientes que passaram por algum procedimento”, afirma a especialista em alimentação.
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E quanto ao poder da energia solar? “E o sol é, de fato, a maior fonte de vitamina D que temos. É importante para o corpo como um todo. Mas não faz emagrecer”, finaliza.
Se a ideia é mudar os hábitos, vale mais recorrer a um profissional que a @’s de Instagram.