Mais de 70% dos homens americanos acreditam que as mulheres deveriam adotar o sobrenome dos maridos. E metade deles acha que elas precisam ser obrigadas por lei a mudar de nome.
A alarmante pesquisa é analisada a fundo no estudo “Hillary Rodham Versus Hillary Clinton: Consequences of Surname Choice in Marriage” (“Consequências da Escolha de Sobrenome no Casamento”), da socióloga Emily Fitzgibbons Shafer, da Universidade Estadual de Portland.
Emily usa como ponto de partida a mudança de nome promovida por Hillary Clinton, democrata que perdeu as eleições presidenciais de 2016 para Donald Trump. “Hillary Rodham se tornou Hillary Clinton depois de sugerirem que o uso do nome de solteira foi uma das razões para a derrota de seu marido na tentativa de reeleição como governador (do Arkansas)”, diz a estudiosa.
Emily lembra que Hillary Clinton foi criticada por manter o sobrenome de solteira. “Isso foi visto como algo estranho, até ofensivo, e ela foi classificada como esposa ruim”. Por isso, um dos aspectos do estudo é a análise de como as mulheres se veem quando decidem ou não adotar o sobrenome do marido.
Entre homens e mulheres com nível de instrução elevado, Emily descobriu que a mudança de nome traz pouco reflexo negativo na maneira como elas se avaliam no casamento. Já em grupos de baixa de instrução, há a percepção de que mulheres que não trocam de nome parecem menos comprometidas com o relacionamento.
Um das conclusões de Emily aponta para a supremacia de um pensamento masculino sobre o casamento. “Por que não vemos nem uma minoria considerável de homens adotando o sobrenome das esposas? Claramente, é um reflexo das nossas visões culturais. De que as mulheres deveriam colocar as famílias acima delas próprias. Uma visão que não temos para os homens”.