O luto se tornou um tema comum nos últimos anos. Apenas no Brasil, a pandemia de Covid-19 fez 667 mil vitimas até o momento, sem contar as outras causas de mortes registradas no país. Levando em conta esses números, é possível prever a quantidade de pessoas que precisaram enfrentar a perda de quem amava.
“Ele [o luto] se dá a partir do momento em que se toma consciência sobre a perda, podendo ocorrer antes, durante ou após a situação, sem tempo pré determinado”, explica a psicóloga e pesquisadora Bianca Mayumi.
Apesar de não existir trauma físico, a dor é uma reclamação comum por quem está passando pelo processo de perda. De acordo com a psicóloga Bianca Mayumi, o luto pode, sim, gerar dores físicas e reais. “O físico do indivíduo reflete o sofrimento psíquico passado por ele. Alguns possíveis sintomas do luto são insônia, ruminação de mágoas, falta de apetite e perda de peso”, complementa a psicóloga.
Dor real
Além do processo sentimental da perda, Priscila Proveti, médica neurologista do Hospital Anchieta de Brasília, explica que é possível que o paciente desenvolva uma dor no braço, por exemplo, sem que exista nenhum trauma. “[Mesmo não havendo] Nada de errado com o braço, mas ele sente a dor, e a dor é real”, explica.
“Quando a gente faz ressonância funcional nesses pacientes, observamos que existe uma alteração em neurotransmissores, em algumas regiões específicas do cérebro — principalmente no sistema límbico, responsável pelas emoções. Então, sim, o nosso psicológico pode ocasionar dores e muitos problemas no corpo que não são de cunho orgânico”.
As dores podem ser em qualquer região do corpo: na cabeça, nas pernas, na região lombar… Também podem se apresentar como alterações intestinas e até cardíacas, causando formigamento nos membros.
“O que a pessoa está sentindo não irá se dissipar com remédio para dor, porque o que está causando-a é um processo psicológico”, ressalta.
Nesses casos, o melhor a fazer é procurar acompanhamento psicológico para tratar as dores da saudade.
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