O canadense Charlie Curtis passou por efeitos colaterais inusitados enquanto realizava um tratamento para se recuperar da doença de Crohn.
Ele tentou se livrar da inflamação intestinal realizando um transplante de fezes, procedimento no qual injetava pedaços de fezes de sua mãe em seu sistema digestivo.
As aplicações foram feitas entre 2008 e 2012 e, durante o período, Charlie enfrentou sintomas inesperados. Sua mãe estava passando pela menopausa e o jovem também começou a sentir sensações característicos do período, como ondas de calor e suor em excesso.
“Acho que o mais curioso de tudo, olhando de volta para aquele momento, foi perceber que meu filho começou a sentir o mesmo que eu, ele ficava vermelho como uma beterraba e suando. Foi como se ele tivesse tido a menopausa”, resumiu Sky, em uma entrevista para o documentário Designer $h*t, sobre tratamentos realizados com transplante de fezes.
Ginecologistas ouvidos pelo Yahoo News sobre o caso apontam que, embora ainda não esteja relatado na literatura médica, é possível que os hormônios presentes nas fezes de Sky tenham influenciado no funcionamento do organismo de Charlie.
A doença de Crohn
O canadense foi diagnosticado com úlcera intestinal aos 18 anos. Logo em seguida, descobriu que tinha a doença de Crohn. O problema afeta o intestino de forma crônica e leva a uma desregulação do sistema imunológico. O paciente tem dores frequentes, sangramento retal e diarreias intensas.
O tratamento da doença de Crohn, em geral, se centra em evitar inflamações no corpo, combinando dieta e remédios. De forma experimental, porém, vem crescendo o número de pacientes que fazem transplantes de fezes para combater a condição.
O transplante de fezes
O transplante de fezes tem como objetivo renovar a microbiota do corpo, fornecendo mais bactérias saudáveis ao intestino.
A saúde de Charlie passou por um momento crítico em 2008, quando ele tinha 20 anos. Por conta da doença de Crohn, ele perdeu quase 30 kg em um único mês – nesse período, chegava a ir ao banheiro até 40 vezes por dia.
Desesperado com a situação, o canadense recorreu ao tratamento de transplante de fezes. Embora o tratamento não seja reconhecido pela medicina, Charlie garante que com ele funcionou. “Me sinto normal de novo”, aponta. “Parece algo extremo, mas eu repetiria 100 vezes se necessário fosse”, conclui.
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