Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e pela Universidade de São Paulo (USP) identificou que de 11 mil produtos analisados em supermercados brasileiros, 18,7% contêm ou podem conter gordura trans na sua composição. Contudo, apenas 7,4% desse total identificam a presença do ingrediente em seus rótulos.
Os alimentos avaliados foram salgadinhos, produtos de panificação e biscoitos. Segundo a pesquisa, a maioria das bolachas apresenta “zero gordura trans” em seus rótulos, mas, ao observarmos a lista de ingredientes, há sim a presença do componente químico.
Recentemente, o Idec publicou um site repleto de informações sobre gordura trans. O objetivo da página é mostrar que diversas denominações são utilizadas para se referir a esse ingrediente. A pluralidade de vocabulário pode gerar confusão e induzir o consumidor ao erro. Por exemplo, itens como gordura vegetal hidrogenada, gordura parcialmente hidrogenada, óleo vegetal hidrogenado contêm gordura trans em sua composição, assim como margarina, creme vegetal e gordura vegetal.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário de gordura trans não ultrapasse 1% do valor energético total de uma dieta. Isso representaria 2g por dia em uma dieta de 2.000 calorias ou uma colher de sobremesa de margarina. O organismo internacional quer até 2023 eliminar o ingrediente dos produtos comercializados. No Brasil, quem regula a discussão é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).