Cirurgiões-dentistas são profissionais da área da saúde que durante muitos anos atuaram na odontologia como generalistas. O desenvolvimento dos estudos odontológicos, entretanto, determinou o surgimento de dentistas especialistas.
A distribuição de funções confunde um pouco a população, que não sabe ao certo qual especialidade odontológica procurar quando aparecem sinais e sintomas na boca.
A periodontia é uma das especialidades essenciais à saúde bucal, e é conhecida dentro da odontologia como a base para todas as outras especialidades, uma vez que o periodontista cuida da gengiva e do osso, que sustentam e protegem os dentes e os implantes dentários.
“Odonto” significa dente e “perio” significa ao redor, portanto, “periodontia” é o estudo dos tecidos ao redor do dente e a “periimplantodontia” é o estudo dos tecidos ao redor do implante.
“A função do periodontista é realizar a avaliação dos tecidos periodontais/periimplantares, como a gengiva, o osso, o cemento radicular e o ligamento, além dos fatores que afetam o periodonto e das práticas de higiene oral do paciente”, esclarece a Dra Gisele Martinez, especialista em periodontia.
O especialista neste campo da odontologia também é responsável por tratar as alterações dos tecidos periodontais – sejam as adquiridas ou as do desenvolvimento -, as doenças periodontais ou que afetam o periodonto, e a estética do sorriso.
Avaliação
Segundo a Dra Gisele Martinez, o dentista clínico geral deve ser capaz de avaliar e encaminhar o paciente ao periodontista quando necessário. Contudo, o paciente também pode ir diretamente ao especialista, como acontece na medicina com as diversas especialidades.
A especialista recomenda que todas as pessoas façam uma primeira avaliação de rotina dos tecidos periodontais/periimplantares com o periodontista no início da fase adulta. A consulta garante o rastreamento dos indivíduos com maior risco para o desenvolvimento de doenças periodontais, bem como o estabelecimento de rotinas de cuidado e de acompanhamento clínico.
“A consulta permite uma avaliação da compatibilidade da dentição permanente com os tecidos ao redor dos dentes após o crescimento e a formação final. É o momento para planejar e atualizar a prevenção de doenças e a promoção de saúde”, afirma a Dra Gisele.
Embora as doenças periodontias, especificamente a periodontite, seja mais comum em pessoas a partir dos 40 anos, a forma mais grave da doença, em algumas pessoas, pode ter início por volta dos 20 anos de idade.
Além disso, outros fatores ambientais e genéticos podem favorecer o desenvolvimento da doença mais cedo, como, por exemplo, a hiperglicemia, o fumo, T21, entre outros.
Qualidade de vida
A periodontite é uma doença inflamatória que pode afetar o tecido gengival e o osso em torno dos dentes. Nos casos mais graves, a inflamação pode desencadear a perda dos doentes.
Algumas doenças como artrite reumatoide, HIV, doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistêmico, diabetes mellitus, obesidade, osteoporose ou osteopenia representam fatores de risco para a periodontite, por isso os pacientes com estas condições devem realizar consultas periódicas com o periodontista.
Estresse, hipertensão, doença falciforme e medicamentos também podem levar ao problema. “Existem muitas condições sistêmicas, locais e ambientais relacionadas ao comportamento e ao estilo de vida que podem comprometer a gengiva e o osso. Além disso, a saúde do sorriso tem grande impacto no bem-estar das pessoas”, comenta a Dra Gisele.
A especialista recomenda às pessoas que não fizeram uma avaliação periodontológica durante a fase adulto-jovem que agendem uma consulta. Além disso, as pessoas que estão nas faixas etárias +40, +60 e +80, deve também se organizar para um check up ondontológico periódico com os profissionais da área.
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