Pessoas diabéticas podem beber? Endocrinologista responde

O consumo de álcool para portadores de diabetes não é proibido, mas deve ser bastante esporádico

atualizado 13/04/2022 15:37

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Copo de cerveja e taça de vinho Getty Images

Pessoas com diabetes podem consumir bebidas alcoólicas, mas é preciso cuidado redobrado. Isso porque, além de aumentar a quantidade de açúcar no sangue (glicemia), as bebidas são alimentos calóricos que alteram os níveis de triglicérideos e da pressão arterial, favorecendo eventos cardiovasculares.

“O paciente diabético é alguém que precisa diminuir o consumo calórico para perder peso e controlar a glicemia no sangue. Mas o álcool é um alimento, é uma caloria. Um grama de açúcar tem quatro calorias, um grama de gordura tem nove e um grama de álcool tem sete calorias. Fora as calorias da cevada, do trigo, e das outras bebidas destiladas”, explica Ricardo Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um cenário possível é o quadro de hiperglicemia associado às bebidas. O álcool abre o apetite da pessoa, e favorece escolhas alimentares inadequadas ou em excesso, perdendo o controle glicêmico. “Também tem o caso do diabético que sai para beber com os amigos e se esquece de comer. Ele vai bebendo e, quando percebe, fez um quadro de hipoglicemia [quando a glicose está abaixo de 70 mg/dl]”, diz Peres.

Segundo o especialista, até mesmo o consumo de uma cerveja light ou sem álcool pode ser prejudicial para os diabéticos.

 

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No corpo humano, a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, é quem controla a quantidade de glicose no sangue após a alimentação
Sem esse hormônio, as células não conseguem absorver a glicose e, consequentemente, não têm energia para um bom funcionamento. O resultado da "pane" é o aumento do nível de açúcar no sangue
A glicose alta, também conhecida por hiperglicemia, acontece quando a taxa de açúcar no sangue está acima de 100 mg/dL
Se ocorre com frequência, o quadro pode levar a problemas de saúde
Alguns sintomas podem ajudar a identificar a glicose alta, como, por exemplo, visão turva, sede excessiva, dores de cabeça, vontade frequente de urinar, cansaço e sonolência
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A glicose é um carboidrato e é utilizada pelas células como principal fonte de energia

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No corpo humano, a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, é quem controla a quantidade de glicose no sangue após a alimentação

iStock
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Sem esse hormônio, as células não conseguem absorver a glicose e, consequentemente, não têm energia para um bom funcionamento. O resultado da "pane" é o aumento do nível de açúcar no sangue

Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
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A glicose alta, também conhecida por hiperglicemia, acontece quando a taxa de açúcar no sangue está acima de 100 mg/dL

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Se ocorre com frequência, o quadro pode levar a problemas de saúde

Breno Esaki/ Agência Saúde
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Alguns sintomas podem ajudar a identificar a glicose alta, como, por exemplo, visão turva, sede excessiva, dores de cabeça, vontade frequente de urinar, cansaço e sonolência

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A glicose frequentemente alta e sem tratamento pode evoluir para diabetes

Breno Esaki/ Agência Saúde
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No entanto, em fase inicial, o problema pode ser controlado por meio de hábitos alimentares saudáveis e da prática de exercícios físicos

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Alguns alimentos, como grãos integrais, legumes, frutas, carnes magras, leites e derivados podem ajudar a baixar o excesso de açúcar no sangue

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Toxicidade

De acordo com Peres, o consumo de álcool deve ser regulado porque afeta órgãos importantes e provoca danos celulares a longo prazo. “Em qualquer pessoa, a partir do consumo de cerca de 60 gramas por dia de álcool [150 ml de vodca ou de uísque, por exemplo], poderá ocorrer uma aceleração da morte de celular. O álcool mata células do fígado, do coração e do cérebro”, afirma.

No diabético, o risco dessa morte celular é mais significativo porque há uma irrigação menor dos órgãos-chave (fígado, coração, cérebro e rins) em razão dos níveis de glicemia e colesterol elevados — especialmente no caso de pacientes sem controle da doença —, que levam ao estreitamento dos vasos sanguíneos. “O paciente diabético tem a microcirculação alterada, e isso pode levar a um quadro de retinopatia diabética, de nefropatia diabética ou miocardiopatia diabética”, completa o especialista.

O consumo de álcool para portadores de diabetes, portanto, não é proibido, mas é fundamental redobrar o cuidado e a responsabilidade para não perder o controle da doença. “Não recomendamos o consumo, mas, eventualmente, a quantidade que um diabético deve tomar é de, no máximo, um copo. Não diariamente. Apenas ocasionalmente e em eventos sociais. Cabe ao médico alertar o seu paciente diabético para o risco de danos celulares”, alerta. (Fonte: Agência Einstein)

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