Um estudo feito pelo NYU Langone Health, de Nova Iorque, apontou dados preocupantes relacionados à saúde dos idosos norte-americanos. De acordo com o trabalho, os mais velhos estão, cada vez mais, abusando do álcool. Um dos dados da pesquisa, publicada no Journal of the American Geriatrics Society, aponta que 10,6% dos 11 mil entrevistados bebem excessivamente com frequência.
Entre 2001 e 2013, houve um aumento de 22,4% no consumo geral de álcool, um aumento de 65,2% no consumo de alto risco e 106,7% de aumento no transtorno do uso de álcool (alcoolemia) entre adultos com 65 anos ou mais.
Analisando os dados, os pesquisadores identificaram que os bebedores compulsivos eram geralmente homens e tabagistas ou usuários de maconha. Apesar disso, eles apresentaram menor prevalência de duas ou mais doenças crônicas em comparação com os não fumantes.
Na pesquisa, os estudiosos frisam que o uso excessivo de álcool é um fator de risco para diversos problemas de saúde, especialmente para idosos. Isso acontece, segundo eles, por causa das mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento e ao aumento das comorbidades (existência de duas ou mais doenças no mesmo indivíduo).
De acordo com dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), complicações comuns após os 60 anos, como diabetes, osteoporose, problemas cardiovasculares e colesterol elevado, aumentam significativamente com o consumo de álcool em excesso.
Além desses problemas, o Cisa alerta que o álcool na terceira idade agrava quadros neurológicos e demenciais, depressão, irritabilidade e confusão mental. Beber demais também aumenta o risco de câncer, problemas cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais), causa alterações do sistema imunológico e outros problemas de saúde.
No Brasil, o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcoólica alguma vez na vida.
Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram ter consumido pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. Aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para dependência de álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa da Fiocruz.
