Grávida de 6 meses com morte cerebral é mantida viva para salvar bebê

Mãe teve um aneurisma. Equipe médica busca garantir o desenvolvimento do bebê até o sétimo mês de gestação antes de realizar o parto

atualizado 21/01/2025 19:01

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Grávida aneurisma cerebral avc morte cerebral Reprodução/Instagram/sousa_joy9890

A jovem Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, está sendo mantida viva por aparelhos após ter sofrido morte cerebral, que foi decretada em 1º de janeiro. Ela está grávida de seis meses, e ficará internada até o final do mês, quando o parto será realizado.

Joyce está internada na Santa Casa de Rondonópolis (MT), município a 200 km de Cuiabá. Ela teve uma dor de cabeça intensa em 20 de dezembro do ano passado e foi internada na unidade de saúde por conta do rompimento de um aneurisma cerebral que se desenvolveu silenciosamente.

“A Joyce, tecnicamente, já faleceu. Como ela está no final da gestação, isso é feito na intenção de salvar o bebê, é uma excepcionalidade. No geral, quando fecha o diagnóstico de morte cerebral, é decretado o óbito e desligamos os aparelhos”, explica o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, de Brasília.

Gestações com morte cerebral

A manutenção da gestação de pacientes com morte cerebral costuma ser adotada pela equipe médica sempre que possível para tentar preservar a vida do bebê. Entretanto, há uma série de desafios envolvidos.

Uma pesquisa publicada na revista Cureus em 2023 avaliou 35 casos semelhantes aos de Joyce. Em 27 situações, os bebês chegaram ao término previsto da gestação, mas oito não sobreviveram. Entre os nascidos, quatro apresentaram complicações graves ou faleceram logo após o parto.

Isso ocorre porque a maioria das gestantes mantidas vivas (70%) desenvolvem infecções graves, como pneumonia e sepse, durante a gestação. Outras 63% enfrentaram problemas circulatórios, segundo o mesmo estudo.

O tempo de gestação também influencia a sobrevida do feto, sendo de 100% quando a morte cerebral ocorre após a 24ª semana, mas reduzindo para 50% em casos antes da 14ª semana.

A vida antes do aneurisma

Joyce e o marido, João Matheus Silva, de 23 anos, já tinham duas filhas, de três e sete anos. O casal se mudou para o Mato Grosso em 2023. Em um depoimento nas redes sociais, João conta que Joyce apresentava dores de cabeça leves desde o início da gravidez, mas nada indicava a presença do aneurisma.

“Antes, não havia nada, mas assim que ela engravidou, passou a sentir algumas dores de cabeça, mas eram leves, não tínhamos como suspeitar”, explica.

Agora, a família busca recursos por meio de doações para levar o corpo de Joyce de volta a Estreito, na fronteira do Maranhão com Tocantins, a cidade natal dos dois, após o nascimento do bebê.

“A verdade é que eu ainda não consigo acreditar no que está acontecendo. O mais difícil é saber que nossos filhos vão crescer sem mãe”, lamenta.

Aneurisma cerebral

Os médicos descobriram que o caso de Joyce se tratava de um rompimento de aneurisma cerebral que levou a um acidente vascular cerebral (AVC). Foi feita uma cirurgia para tentar conter a hemorragia, mas o aneurisma voltou a progredir, pressionando o crânio. Apesar das intervenções, a morte cerebral foi constatada dias depois.

Segundo o neurocirurgião Espíndola, o aneurisma cerebral é uma perigosa condição de saúde que costuma evoluir silenciosamente. Quando estoura, ele tem mortalidade entre 30% e 50%, com grande parte dos sobreviventes apresentando sequelas significativas.

“O aneurisma é como a formação de um balão no interior do cérebro que pode passar despercebida. Quando ele se rompe, porém, o tratamento precisa ser imediato. Mas, mesmo em casos em que o atendimento é ideal e feito a tempo, o paciente ainda pode evoluir a óbito por conta da gravidade da doença”, explica.

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