Estudo da Fiocruz mostra como inflamação leva a casos graves de Covid

Pesquisa feita em parceria com a Universidade de Harvard descobriu que morte de células que combatem o coronavírus acaba ligando alerta

atualizado 08/04/2022 16:38

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ilustração de um coronavírus, colorida, azul em fundo branco GettyImages

Com mais de dois anos desde o começo da pandemia de Covid-19, muito já foi descoberto sobre os caminhos e efeitos do coronavírus no organismo humano. A inflamação causada pelo vírus é uma das principais causas de quadros graves e responsável por grande parte dos óbitos por conta da doença.

Um estudo publicado nessa quarta (6/4) na revista científica Nature conseguiu explicar exatamente como funciona a inflamação causada pelo Sars-Cov-2. O levantamento, feito pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Harvard, mostra que o coronavírus induz a produção de um anticorpo específico chamado afucosilado.

Porém, apesar de ajudar a neutralizar o invasor, ele também desencadeia o processo de fagocitose pelas células de defesa do organismo (monócitos). O anticorpo “chama” as unidades de defesa, que “engolem” o vírus, e acabam morrendo em seguida — o processo é chamado de piroptose.

O coronavírus desaparece, mas a morte da célula acaba enviando um sinal de problema para o organismo (liberando as citocinas), que irá produzir mais unidades de defesa. O processo desordenado cria uma “cascata inflamatória”, quando o corpo acaba se atacando por uma resposta exagerada ao problema.

Outro estudo feito pela mesma equipe e que deve ser publicado em breve mostra que, em camundongos, mesmo após a eliminação do coronavírus do organismo, a inflamação permanece no corpo.

Proteção natural x vacinas

A pesquisa publicada afirma que a imunidade criada a partir das vacinas contra a Covid-19 não inclui a produção do anticorpo afucosilado — ele só aparece no caso de imunidade natural adquirida por contatos anteriores com o coronavírus.

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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção
Em outras palavras, o principal objetivo da vacina não é barrar a infecção, mas impedir que o coronavírus cause complicações graves, principalmente se tratando de grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos
Vacinas como a da gripe, por exemplo, funcionam da mesma maneira há décadas. A proteção fornecida pelo imunizante atua contra formas mais severas da influenza e ajuda a diminuir a quantidade de casos que poderiam colapsar sistemas de saúde
Segundo especialistas, a necessidade de reforçar as doses da vacina existe porque a imunidade contra o vírus não dura para sempre. Além do fato de o coronavírus apresentar grande potencial de mutação, muitas vacinas, como a da Covid, precisam ser reaplicadas de tempo em tempo para garantir a proteção necessária
A variante Ômicron é mais transmissível e consegue “desviar” da imunidade cedida pela vacina. Sendo assim, mesmo que estejamos com todas as doses em dia, a chance de contrair o vírus estando exposto a aglomerações, sem seguir as devidas normas sanitárias, existe
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Mesmo em países com alta taxa de imunização, o número de vacinados infectados pela Covid está crescendo. Apesar de o que possa parecer, isso não significa que os imunizantes não funcionam

Westend61/ Getty Images
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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
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Em outras palavras, o principal objetivo da vacina não é barrar a infecção, mas impedir que o coronavírus cause complicações graves, principalmente se tratando de grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos

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Vacinas como a da gripe, por exemplo, funcionam da mesma maneira há décadas. A proteção fornecida pelo imunizante atua contra formas mais severas da influenza e ajuda a diminuir a quantidade de casos que poderiam colapsar sistemas de saúde

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Segundo especialistas, a necessidade de reforçar as doses da vacina existe porque a imunidade contra o vírus não dura para sempre. Além do fato de o coronavírus apresentar grande potencial de mutação, muitas vacinas, como a da Covid, precisam ser reaplicadas de tempo em tempo para garantir a proteção necessária

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A variante Ômicron é mais transmissível e consegue “desviar” da imunidade cedida pela vacina. Sendo assim, mesmo que estejamos com todas as doses em dia, a chance de contrair o vírus estando exposto a aglomerações, sem seguir as devidas normas sanitárias, existe

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O atual aumento nos diagnósticos positivos podem ser explicados por aglomerações causadas nas festas de fim de ano, aniversários, feriados prolongados, etc.

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No entanto, é clara a desaceleração das mortes em todo o mundo, o que reforça a importância da vacinação, principalmente em um cenário de circulação da Ômicron

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“Muitas pessoas pensam que é bom pegar a Covid-19 para se tornar imune. A questão é que, nesse caso, a pessoa vai correr o risco de ter uma inflamação sistêmica. Com a vacina, não tem essa possibilidade. Nossa pesquisa constatou que o plasma de indivíduo vacinado não induz a produção do anticorpo afucosilado. Ou seja, a infecção gera anticorpos maléficos, e a vacina produz anticorpos benéficos”, explica a coordenadora do estudo, Caroline Junqueira, à Agência Fiocruz.

Os pesquisadores acreditam que os resultados da pesquisa podem ajudar na formulação de medicamentos que sejam capazes de inibir “os mecanismos de morte celular inflamatória”.

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